24 de dez. de 2007

OBRIGADO!!

No final de todos os anos devemos fazer uma retrospecção em relação à nossa vida de forma a nos tornarmos melhores seres humanos.

Quero agradecer a todas as pessoas que tornaram possível a realização dos diversos encontros de Kyusho pelo Pais (Álvaro Silva, José Ramalho, Rui Gouveia Pereira, José Mendes, Fernando Coutinho, Fernando Branco, José Jordão).

Pela primeira vez, foi possível trabalhar lado a lado com diversos praticantes de diversas artes/desportos/sistemas, de uma forma aberta, com o intuito de partilhar as diversas experiências e isso só foi possível graças a vocês, graças à vossa vontade de partilhar…

Fica sempre na nossa memória e coração o Ricardo Gama, que apesar de estar lá longe, nunca se coibiu de vir a Portugal e de boa vontade compartilhar os seus conhecimentos com os seus amigos…

Fica-me marcada a presença de grandes nomes do panorama marcial Nacional nos diversos encontros, demonstrando um grande sentido de humildade e uma grande lição para as gerações mais novas, exemplos que devemos todos seguir.

Se calhar tudo isto significa partilha, ajuda, boa vontade.

Ao Pai Natal quero agradecer todos os bons amigos que tenho!

E que o próximo ano seja tão bom como o último.

Boas Festas e feliz Ano Novo para todos vós e para as vossas famílias.

21 de dez. de 2007

KARATE NÃO É BUDO

Karate não é Budo.

Apesar de não comentar muito os blogs de outras pessoas, não significa que não os veja e leia.

No dia 5 de Dezembro, o autor do blog “Do o meu caminho” colocava a questão:
Kata ou Kumite - qual é o mais difícil?

Um artigo interessante. Na minha opinião ambos são dificeis, mas a questão não é a Kata ou o Kumite, mas sim a parte final do artigo (de passagem um excelente artigo) em que é dito:

“…porque a procura da mestria dos três estágios referidos (Tai-Gi-Shin - Corpo-Técnica-Espírito) que são próprios de um Budo não o são, de um “apenas” desporto.”

Isto é apenas uma opinião pessoal (refiro-me à minha) e por isso vale o que vale…

O Karate é oriundo de Okinawa. Apesar de se associar o Karate ao Budo e à forma de estar e pensar Japonesa, a realidade é que o Karate é uma arte marcial de Okinawa com uma grande influência Chinesa.

Foi introduzido na ilha principal nos anos 20 do Séc. XX e antes desse periodo (cerca de 1879) o reino de Okinawa (Ryukyu) foi abolido e passou a ser uma prefeitura Japonesa. Acredito que nessa altura foi importante encaixar o Karate nalgum sítio, se calhar no Budo, porque se corria o risco de se perder o Karate como actividade cultural do povo de Okinawa.

A título de curiosidade…
Sabiam que as formas de combate mais praticadas no inicio do Séc. XX em Okinawa eram o Judo e o Kendo?

O conceito de Budo, se calhar encaixava bem na antiga forma de treinar Karate…

Budo pode ter varios significados, mas existe um muito importante, “vida e morte”, que no fundo poderá ser essência do Budo.

Como esta postagem já vai longa e aborrecida, guardo o resto para 4ª feira…

Se me quiserem enviar o vosso comentário, estejam à vontade, como disse no início, é apenas a minha opinião e por isso vale o que vale.

13 de dez. de 2007

NACIONAL FNK-P CAD. JUN 2007

Ora bem…

No dia 8 realizou-se o Campeonato Nacional da FNK-P e lá peguei na malita de cartão, flyers do Kyusho e no belo do Sensei-mobile e levei a Inês ao dito Campeonato.

Apesar de não ter corrido da melhor forma cá para os meus lados, tive a opurtunidade de observar o desenrolar da prova por dentro e por fora.

Aqui vão umas criticas, bem, não são bem criticas, são observações construtivas:
- Área de aquecimento (não existiu);
- Área separadora da zona de competição da zona de chamada (não existiu);
- O pavilhão não tinha as melhores condições;
- Não houve grande publicidade a promover a prova;

Enfim, sei que o pavilhão não era para ser aquele, foi arranjado para colmatar uma falha da autarquia.

Os elementos Federativos esforçaram-se e na minha opinião creio que estão a melhorar.

Agora…

Falava eu com uma serie de pessoas ligadas ao Karate Nacional e chegámos a uma conclusão: o problema do Karate Nacional é o nível!

Quanto maior é o nível de importancia de um indivíduo, maior é a sua responsabilidade perante a sociedade/comunidade.

Como é que podemos exigir a um aluno que fale de uma forma educada para com os outros instrutores, se existem instrutores que falam de uma forma arrogante para toda a gente.

Como podemos exigir a um aluno que seja humilde, quando os instrutores que o rodeiam são prepotentes.

Bem, uma coisa podemos exigir aos alunos: que levem a proteção de boca, pois se os árbitros podem arbitrar combates com pastilhas na boca, eles podem combater com a protecção na mesma.

Por hoje está tudo, não meto mais água.

30 de nov. de 2007

Sanchin (2)

É oficial…
Depois da aceitação da Associação Kenkyukai Karate Portugal no seio da Goju-Ryu Karate International, foi a vez da Associação Karate Goju Do-Shi Kai ser aceite na mesma.

Mais à frente abordarei este tema…

Continuando o que ficou pendurado na semana passada…

Literalmente Heishu kata significa formas de punho fechado.
Esta definição, não significa que a kata é feita de mãos abertas ou fechadas.
Na origem das duas distinção de katas (Heishu e kaichu) existem duas teorias em relação ao aparecimento dos nomes.

1ª- A mais comum das explicações diz-nos que, o significado desta distinção tem a ver com a forma como o nosso corpo se encontra, se os musculos se encontram tensos (fechados, juntos, etc...), ou relaxados (abertos, separados, etc...)

2ª- A outra explicação, tem a ver com uma lição de Shakyamuni Buda aos seus discipulos. Certo dia Shakyamuni pegou num punhado de folhas e afirmou que as folhas que tinha na mão eram os seus conhecimentos, o punho fechado (Chuan shou) significava os ensinamentos de um mestre, enquanto que o punho aberto (Kai shou) significava os ensinamentos que ele ministrava na generalidade.

Os ensinamentos de punho aberto significam o ensino em geral, no entanto não significa as necessidades do aluno.
Os ensinamentos de punho fechado significam os conhecimentos transmitidos de mestre para aluno “I shin den shin” que são especificos para aquele aluno.

Seja qual for a origem desta distinção de katas, uma coisa é certa… A kata Sanchin é a base da escola Goju, contêm a essência do Goju Ryu e tal como as restantes katas a sua função é desenvolver a mente, o corpo e o espirito dos que a praticam.

Continua…

“Uchi ni sei araba, Onozuto sotoni arawaru”
(Cuida da tua paz interior, isso irá se reflectir no exterior)

Sanchin (1)

Este fim-de-semana realizou-se o treino de graduados da AKDK, com uma modesta presença de cerca 40 Karatekas (Cintos negros e Castanhos).

Depois de um mini treino de Suparinpei para instrutores, onde foram abordados pormenores desta Kata tão “simples”, lá se dividiram as aulas. Cintos negros para um lado, cintos castanhos para outro.

As Kata abordadas foram Sanchin e Shisochin.

Sanchin é sem duvida a mãe de todas as katas, a resposta a todas as katas encontra-se em Sanchin.

Aqui ficam alguns pontos para reflectir acerca da Kata Sanchin:

No Goju Ryu a Kata Sanchin, faz parte do grupo das Heishu kata, que estão associadas à tensão e à respiração, a combinação destes dois tipos de treino levam a um aperfeiçoamento da energia interna (ki).

O nome Sanchin é composto por 2 caracteres. O primeiro, San significa 3 e o segundo, Chin, pode significar batalha, conflito ou jóias e por isso Sanchin pode-se traduzir como 3 batalhas, 3 jóias ou mesmo 3 conflitos.

Para podermos compreender a kata Sanchin temos antes de tudo, reconhecer, harmonizar e por fim refinar os 3 conflitos interiores do ser humano, esses conflitos são:

- A mente,
- O corpo
- A respiração

Quando treinarem a Kata Sanchin, pensem um pouco nestas dicas!

Continua na próxima postagem…

“Uchi ni sei araba, Onozuto sotoni arawaru”
(Cuida da tua paz interior, isso irá se reflectir no exterior)

21 de nov. de 2007

É apenas um condomínio fechado...

Esta postagem vai ser dura…

Para começar vou falar do melhor deste fim-de-semana.

Este Sábado (17-11-07) lá fui eu a Rio Tinto dar mais um treino de Kyusho ao grupo do Norte.
Quanto a mim, estamos no caminho certo…mais praticantes…mais desmistificação do que é o Kyusho.
Muitas disfunções e alguns KO`s…
O pessoal está mais compenetrado e noto cada vez mais, que existe uma tendência a partilhar conhecimentos e experiências inter-marciais.

Apesar de ter regressado a casa moído, consegui adormecer tranquilo…

Domingo (18-11-08), parecia que estava a ter um sonho…

Campeonato Regional Centro-Sul da FNK-P…

A organização da dita cuja, boa.
Durante a reunião de treinadores foi dito que os atletas seriam chamados na área de competição e isso aconteceu sempre e quando eu digo sempre foi mesmo sempre, inclusive não houve ninguém a reclamar por ter atletas na zona de aquecimento à espera da respectiva chamada.

A direcção da mesma, muito boa.
A presença do director da prova decorreu de uma forma muito discreta, só tinha que se preocupar com o desenrolar da mesma.
Havia uma série de auxiliares a controlar a entrada respectiva dos atletas que eram chamados na zona de aquecimento.
As zonas das áreas de competição estavam visivelmente separadas.

A arbitragem, excelente.
Um nível técnico equiparável a qualquer potência do Karate Mundial, técnicos de arbitragem muito bons e muito isentos, não olham a emblemas ou instrutores. Contam-se pelos dedos (das mãos) aqueles que estão desajustados relativamente a esta realidade/qualidade técnica.

Nível técnico, maravilhoso.
Na área de Kata não se viu ninguém a ser levado ao colo, testemunhou-se um excelente nível técnico.
Na parte do Kumite, apenas brilhante, muitos pontos marcados, muito poucas acções técnicas desperdiçadas, um grande conhecimento táctico/regulamentar…parabéns, continuem com esse excelente trabalho.

Relatório final:

Cada vez que vou a estas actividades venho completamente destruído.
O nível (geral) é tão elevado, que me sinto completamente ultrapassado por esta realidade.
Não é justo e assim não me dão oportunidades de poder brilhar perante tão grande qualidade, sinto-me uma caca junto a grande parte dos presentes.

Decididamente não tenho lugar naquela tertúlia de excelente qualidade.
Ainda bem que me chumbaram duas vezes no curso de Juiz de Kumite porque decididamente não tenho lugar junto da nata do Karate Nacional, que tem uma humildade tão grande que até magoa.

Lamento ser tão arrogante…

Felizmente que ao chegar a casa acordei para a realidade…

Para finalizar…

Tenho um amigo que costuma dizer que o Karate em Portugal morreu…
Não amigo, não morreu...

O Karate nacional é apenas um condomínio fechado com os mesmos porteiros, seguranças e condóminos, a única coisa que muda é a administração (isto ronda o plágio).

Vamos ver o que se passa até ao final da época…

13 de nov. de 2007

Direitos fundamentais de um Karateka

Isto pode parecer um pouco confuso, mas… aqui vai…

Cada vez mais me parece que tenho de levar o Karate de uma forma comercial/profissional.

Já lá vai o tempo em que andávamos aqui pelo amor à camisola, implorávamos ao nosso mestre para treinar mais um dia, ou termos uma aula extra.

Quantas vezes não pedi ao meu amigo Sérgio Repas para treinar um bocadito mais para além da hora, ou mesmo treinarmos nos dias em que não havia treino no Gimnobody.

A rapaziada hoje em dia tem tudo à sua disposição.

Os exames são facilitados, a informação está disponível na Net, nas livrarias existe a facilidade de encomendar livros vindos de fora.

Enfim, só conforto…

Nestes tempos conturbados em que vivemos e reformas politicas a que temos sido sujeitos, existe uma palavra que muitas vezes é pronunciada sem parar…

Direitos…

Toda a gente tem direito a tudo e o Karate não é excepção por isso decidi elaborar uma lista de direitos para Karatekas.

Só espero que um dia ninguém se lembre de fazer disto um “Dojo Kun”…

Hittotsu…

Estava a brincar :)

Carta dos direitos fundamentais do Karateka

- Todo o Karateka tem o direito de respeitar os seus parceiros de treino.
- Todo o Karateka tem o direito de treinar de uma forma assídua, de forma a não atrasar a progressão dos outros.
- Todo o Karateka tem o direito a treinar por si e não pendurar-se apenas no instrutor
- Todo o Karateka tem o direito a abandonar o Dojo (definitivamente) se estiver contrariado.
- Todo o Karateka tem o direito de respeitar as opiniões dos mais velhos.

Para completar e como não há nó sem ponta:

Carta dos deveres do Karateka

- Todo o Karateka tem o dever de cumprir os seus direitos.

O meu sonho não é criar campeões, o meu sonho é criar indivíduos que saibam lidar com o insucesso, incutindo-lhes uma mentalidade ganhadora e superadora das suas limitações.

Por vezes é preferível cortar um braço do que deixar a infecção alastrar-se.

“Sorry” pelo desabafo…

Mau feitio, espero que isto seja inspirador para ti.

7 de nov. de 2007

Convenção Internacional de Kyusho

Um fim-de-semana em grande!!!

Neste fim-de-semana realizou-se a Convenção Internacional de Kyusho e como prato forte foram apresentados os grandes do Kyusho Mundial:

Jim Corn
Gary Rooks
Evan Pantazi
Mark Kline

Estiveram ainda presentes os Mestres:

Gary Gione
Henrik Engelkes
Frank Monea

Depois de vários meses de planeamento, lá fomos direitinhos a Barcelona, a terra (mais ou menos) do nosso amiguinho Ricardo Gama.

Este evento foi muito importante, pois pela primeira vez Portugal fez-se representar por uma verdadeira comitiva… para além dos 3 malukinhos do costume (JR, RG e SR).

Deu para comparar o nível técnico dos Tugas em relação ao resto do Mundo e posso garantir que não estamos em inferioridade em relação a ninguém, bem pelo contrário.

Creio que em termos técnicos estamos muito à frente e quanto ao nível de “Accuracy” (sim, é estrangeiro) estamos no caminho certo, ainda não chegámos ao nível pretendido, mas estamos lá muito próximo.

Treinaram-se todos os níveis e tivemos ainda uns treinos adicionais de “Law Enforcement”, com interessantes técnicas de imobilização.

Os meus parabéns a todos (e certamente os do Ricardo Gama também) pelo desempenho de todos no passado Domingo.

De salientar as felicitações do Mestre Pantazi pelo trabalho que se tem desenvolvido em Portugal.

Peço imensas desculpas por não ter postado diariamente, mas depois dos treinos só me apetecia descansar...dormir...desmaiar...

30 de out. de 2007

É muita giro ver nos outros!”

Mais uma semana…

Depois de uma pequena conversa com o Ricardo Gama, lá chegámos a uma conclusão…o pessoal precisa de treinar precisão.

Se negligenciarmos a precisão, corremos o risco de começar a fazer batatada. Torna-se necessário treinarmos um ponto específico em diversas situações de “stress”.

Repetição é a palavra de ordem!!!
Se não compreendermos o espírito da repetição, nunca nos será possível compreender o objectivo do treino.

No sábado fui ver o torneio da LPK e gostei muito de ver as Katas.
Apesar da maior parte delas ser Shito, deu para ver também algumas de Ishin Ryu.

Reparei em certos pormenores, como por exemplo quando levantam o calcanhar em certos movimentos e depois firmam a posição calcando o chão com o mesmo calcanhar.

Essas “explicações” muita gente não as sabe.
No entanto se alguns já viram a explicação, alguém para os lados da Arruda sentiu-a mesmo no felpo.

Confesso…a culpa foi minha, eu é que insisti para que ele demonstrasse uma sequência da Kata, pelo deixo aqui as minhas sinceras desculpas.

Gostei muito de falar com uma amiga no Sábado e apesar de me ter dado uma banhada no Domingo, quero acreditar que tenha adormecido e não que tenha tido medo de provar o sabor amargo de umas “pilhas”.

E por falar em pilhas, no Domingo realizou-se mais um encontro de Kyusho na zona de Lisboa.

Quero deixar aqui um agradecimento ao Sensei Rui Gouveia por nos ter facultado as instalações do seu Dojo em Belas.

Quero agradecer o empenho que todos demonstraram durante o treino. O que me motiva a treinar/partilhar/pesquisar é a presença de todos e o seu interesse durante os encontros.
O meu muito obrigado ao Sensei José Ramalho pelas simpáticas palavras e observações que fez no seu Blog a meu respeito.

A única forma que tenho de retribuir é ir a Barcelona no próximo fim-de-semana e trazer novas ideias e conhecimentos para poder partilhar com todos os elementos dos grupos Portugueses.

Levo na memória as sábias palavras do Peixoto “É muita giro ver nos outros!”

Faltam 4 dias para o grande encontro de Kyusho, vou tentar postar diariamente as experiências vividas pela comitiva “tuga.

Estes vão ficar na história:

Álvaro Silva
Gustavo Carneiro
João Ramalho
Paulo Oliveira
Ricardo Castro
Ricardo Gama
Sérgio Repas

23 de out. de 2007

Às vezes tentamos estar em todo o lado

Este fim-de-semana o nosso amigo Ricardo Gama deslocou-se a Portugal para orientar um treino Kyusho e para grande infelicidade minha não consegui participar nesse treino, pois tive de ir ao Porto orientar o treino do grupo do Norte.

Numa tentativa de poder frequentar o treino em Alvalade, não pude participar no estágio da Kenkyukai, uma nova associação de Goju liderada pelo Sensei Moreira.


Realmente isto é assim, às vezes tentamos estar em todo o lado e não conseguimos estar em lado algum.

Como me tem faltado um pouco de inspiração, vou ser breve na minha postagem.

Um instrutor de Kyusho esta semana perguntava qual era a melhor combinação para um KO, pois os elementos do grupo que treinam com ele estavam a pedir um.

Não acho mal nenhum as pessoas pedirem e terem a curiosidade de ver/sentir(?) um KO, o problema que vejo é o instrutor tentar provar algo aos outros.

As coisas acontecem naturalmente, tanto na vida como nas artes marciais, quando tentamos provar algo aos demais existe sempre alguma coisa que nos podem apontar. No entanto quando fazemos as coisas para nós não existe nada a apontar, pois só nós é que sabemos o que nos vai dentro do espírito.

No domingo falava com o Ricardo, acerca do trabalho/estratégia a adoptar e a palavra de ordem é precisão, temos de treinar mais precisão, tenho que reformular o esquema de treino para a próxima sessão (dia 28).

No início da semana estive a dar uma vista de olhos nos 10 princípios de Itosu Anko Sensei (um gajito insignificante no Karate) e achei engraçado a visão dele do Karate, uma visão um pouco diferente do Mestre Funakoshi...

Para finalizar, a minha filhota durante a semana passada foi chateada por uns miúdos na escola (coisas de miúdos) e houve um mitra que lhe deu uns pontapés e uns estalos, resultado… chegou ao pé de mim a chorar.

Como bom Pai a minha sugestão foi dizer-lhe como dar uns pontapés nas pernas deles, meia canela, meia força e golo…

Resultado: esta semana só levou uns empurrões dos miúdos.

Eu sei que não é bonito no entanto não quero que a magoem.

Para a semana desenvolvo um pouco mais, estas duas semanas têm sido difíceis…

18 de out. de 2007

Algumas ideias em Bunkai

Esta semana pesquisava umas Bunkais na Net… apesar de já ter falado nisto é sempre interessante voltar a falar.

Existem algumas ideias em relação à interpretação dos movimentos dos katas (Bunkais, se assim lhes podemos chamar)

A primeira é referente à interpretação biomecânica do movimento e nesta teoria, a aplicação segue estritamente o movimento da Kata.

A segunda é referente ao percurso de um Kamae para outro e nesta ideia o que interessa analisar é o movimento intermédio de um Kamae para outro.

A terceira é o Kamae em si, não importando o percurso do movimento técnico, mas sim a forma como se finaliza o movimento.

Apesar de poder parecer um pouco confuso na teoria, na prática é muito simples. Se calhar esta é a explicação do porquê das diferentes execuções técnicas de uma Kata entre linhas diferentes, ou mesmo entre estilos.

Cada vez me convenço mais que Kata é sinónimo de defesa pessoal, não no conceito de base, Ippon Kumite/yakusoku Kumite, mas no seu sentido lato.

Cada vez acredito mais, que o Karate em geral é um sistema de defesa pessoal altamente codificado, com imensos ingredientes à mistura. Uma forte influência das artes marciais Chinesas, com uma forte componente de Te, quiçá com Sumo de Okinawa, que muitas vezes não é compreendida ou mesmo conhecida pelo público em geral.

Uma coisa é certa, as formas que fazemos hoje em dia não são as mesmas que se faziam na China, provavelmente nem nunca foram e se calhar as formas que actualmente fazemos são o resultado de uma pesquisa profunda de grandes génios das artes marciais.

E apesar de se poder apregoar aos sete ventos que se faz esta Bunkai porque esta é a verdadeira interpretação, esta afirmação só pode ser verdadeira porque foi aquela que foi transmitida do indivíduo A para o B e provavelmente porque foi aquela a interpretação que o 1º Mestre achou mais indicado para o então aluno.

“Keep an open mind”

12 de out. de 2007

A comunidade não estava preparada ...

Bem,

Apesar de ter apanhado com a gripe dos Budistas, ainda estou aqui, não fui descontinuado.

E por falar em descontinuado, é com grande pesar que esta semana li que o eKarate foi encerrado. Realmente é uma pena, apesar de ter ouvido diversas versões, umas mais fidedignas do que outras, só chego a uma conclusão, o Karate ensina-nos tanta coisa, é pena não o aplicarmos no nosso dia-a-dia.

Pela primeira vez vou fazer um comentário aberto, sem sarcasmos (vou tentar) e muito directo, por uma questão de respeito não vou falar em nomes.

O grande problema do eKarate foi ter crescido de uma forma descontrolada e desmedida.

Uma pequena brincadeira transformou-se numa referência da comunidade karateka.

O grande problema da/s administradora/s ou colaboradora/s foi não terem a consciência no que se estavam a meter.

A comunidade não estava preparada para um trabalho como aquele.

Ainda não existe maturidade para se defender das questões e interrogações na 1ª pessoa.

Se estão em lugar de destaque na comunidade é porque estão e não admitem que alguém os questione.

Houve pessoas que tinham (e vão continuar a ter) uma necessidade de ver sangue, por isso utilizaram aquele espaço como (tentativa) de matadouro.

Por conseguinte ouve imensas pessoas que não aguentaram a pressão.

Para finalizar, o Blog está com muitas alterações, principalmente visuais, acho que estou no caminho correcto para crescer/evoluir.

O meu amigo Carlos está a tratar do meu site no qual o blog vai ser anexado. Vou criar uma secção com uns vídeos instrutivos, não é nada de oficial, apenas ideias para as pessoas trabalharem e para finalizar uma grande surpresa, mas essa provavelmente só será para o início de 2008, “çá vá”???

1 de out. de 2007

Toda gente ralha e ninguém tem razão”

Antes de mais, não se assustem se não virem o logo do Super-Karate, pois esta treta está a ser reformulada…


Realmente isto há dias…

Ia eu muito descansado fazer umas comprinhas ao “Continente” das artes marciais (leia-se Martial Artsport) quando me deparei com um elemento Federativo e um elemento insular…
Para finalizar à chegada a um dos Dojos mais uma vez dei de frente com um elemento do corpo de formadores da Federação Nacional. Enfim …

Esta semana para gáudio de muita alminha marcial, espalhada por esse país, vou fazer um pequeno comentário em relação ao panorama marcial e não só. Se quiserem fazer alguma reclamação, façam-na ao meu amigo Rui…

Bem, cá vamos nós…

Vamos começar,

“Em casa onde não há pão, toda gente ralha e ninguém tem razão”.

Neste momento, existem centenas de pessoas de dentes afiados, e garras apontadas para esta direcção, quadros técnicos, colaboradores e afins.
Toda gente vaticina uma curta durabilidade a esta direcção…
Toda a gente aponta o dedo, toda a gente fala mal.

Apesar de ser um gajo arrogante para quem não me conhece, um Pierrot para os meus amigos e um déspota para os demais, tenho a consciência que os resultados das minhas acções vão recair sobre mim.
Eu sou responsável pelos meus actos, como diz o outro…
“Ò xentí, mí dá pórrada qu`eu gostú.”

Por isso, uma opinião…
Deixem a rapaziada da rua do Cruzeiro trabalhar, a continuidade é positiva, não estejam a pensar tirá-los já de lá…
Não seria positivo para o Karate Nacional.
“Puseram-nos”, aturem-nos.

Apenas com o tempo se poderá dizer e analisar os resultados das suas acções.

Uma pequena lição de história (o King-Kong já deve estar a rir-se).

Bartolomeu Dias e Vasco da Gama foram senhores de grandes feitos durante os descobrimentos, mas nunca ninguém fala da forma como eles lidavam com a tripulação perante a desobediência e a recusa de seguirem em frente nas suas viagens.

Para finalizar, não estou a proteger ninguém, nem estou a atacar ninguém, estou apenas a falar…

Vamos ver o que isto vai dar.

Não façam agora é como o outro, que ficou todo ofendido porque interromperam a entrevista dele porque o Zé tinha acabado de chegar ao aeroporto.
Pois que amuou e foi-se embora dizendo que o pais está de loucos. O país não está de loucos, está cheio é de Zés e existem certas pessoas que ainda não reparam nisso. E ficam ofendidos quando aparece um Zé que triunfou.

O Karate precisa de pessoas que sirvam a comunidade e não de pessoas que se sirvam da comunidade.

Por isso meus Zés, apenas vos digo, vamos ver, vamos ver…

P.S. No Domingo, jantei com um director da FNK e hoje estive com o Sr. Presidente. Por este caminho mais dia, menos dia…

23 de set. de 2007

“Waza” e “Jutsu”

No momento em que estou a escrever esta folha, existem lá fora 6 elementos da AKDK a lutar pela vida.

Daniel Costa, Hugo Leote, Joana Perdiz, Nuno Santos, Ricardo Baúto e Tiago Branco.

Estão a representar a grei Lusitana de Goju Ryu nos Campeonatos da Europa de Goju.
Os meus votos de boa sorte.

Esta semana debrucei-me sobre duas palavras: “Waza” e “Jutsu”.

Waza, significa Técnica.
Jutsu, significa Arte.

Uma das coisas que mais me fascina é sem duvida o treino de Kata. Numa das minhas últimas viagens por terras Germânicas (Alemanha - podiam não saber), falava com um instrutor na relação Kata/Bunkai.

Partimos do pressuposto que no final do séc. XIX quem praticava artes marciais eram as pessoas que sentiam uma necessidade de se protegerem.

Não acredito que essas mesmas pessoas perdessem muito tempo a treinar “sombra” (leia-se Kata).

No passado aprendiam-se apenas 1 ou 2 Katas. Imagino a quantidade de informação que se passava em relação a apenas um movimento, a quantidade de interpretações que esse mesmo movimento poderia ter.

Num livro muito antigo (talvez o meu primeiro livro de artes marciais) dizia que é o conjunto de Wazas que faz o Jutsu.

Num livro histórico, Choki Motobu define cada Kata como um Ryu (escola/estilo). Ele tornou-se conhecido pela sua eficácia em combate, adoptando apenas a interpretação dos movimentos da Naihanchi, (Careca, eu disse interpretação e não Bunkai). Ele definiu a escola Naihanchi (Naihanchi Ryu) como um estilo(?).

Será que ao definir um estilo/uma Kata não estaria a restringir um conjunto de Wazas, num Jutsu específico?

Watashi No Karate Jutsu- A minha arte de mãos nuas.

Esta vida é tão difícil, é só dúvidas, muitas delas nunca terão resposta, pois todas elas ficaram com os seus mentores.

Seria tão fácil seguir apenas o rebanho… mas não, existe sempre um inventor, uma ovelha ranhosa. (Je).

Falando de coisas menos sérias:
Esta semana conheci uma miúda na “net”. Modéstia à parte, ficou deslumbrada com o logo do meu MSG e com o devido respeito fiz-lhe uma proposta (decente) será que ela aceita?

17 de set. de 2007

Esforçado? Sim, talvez, de vez em quando.

Bem, nem sei por onde começar.

Este fim-de-semana foi mais um “Kyusho week-end” e mais uma vez compareceu uma série de pessoal esforçado, dedicado e acima de tudo ávido por aprender/descobrir.

Quanto mais me envolvo neste projecto, mais vontade me dá de aprender para poder partilhar. Apesar de ser o LIDER deste grupo, sinto que cada vez que estou com eles aprendo mais.

Não me considero um super dotado. Esforçado? Sim, talvez, de vez em quando.

Acima de tudo, acredito que se poderá fazer um trabalho sério de Kyusho (pronto, já sei, quando se fala de Kyusho muita gente põe sérias dúvidas sobre a sua seriedade) a prova disso é a máxima da Kyusho International, “Se não ficar contente, devolvemos-lhe o dinheiro”.

O meu muito obrigado pela presença de todos nos encontros, muito obrigado àquele que me aturou depois do treino, e me deu mais uma explicação para o Shiko Dachi.

Fiquei muito inspirado com os dois Kempokas que apareceram, se lerem isto, peço imensas desculpas, mas vou ter de retirar umas ideias daquelas que me mostraram, para inclui-las no meu trabalho.

Por falar em acreditar:

Hoje andava pelos meus Blog`s preferidos (e inspiratórios) e num deles vem uma chamada de atenção à classificação dos Blog`s de Karate da Google.

Adivinhem em que lugar está aqui o amigo?

Ver resultado aqui ( Karate Blog ).

Pois é, 3º amigos, 3º, apesar de ter deixado de postar à já algum tempo naquele endereço, ele continua a ser uma referencia na Google, 3º (Sorry, é o maldito entusiasmo... ...3º...)

Apesar de acreditar que poderia fazer um trabalho sério (fora as vezes que falo mal de algumas pessoas/situações) nunca pensei que poderia ter o meu blog exposto desta maneira (pronto é mentira, eu sabia, não queria era dizer ao pessoal).

Sempre que alguém me diz:

Tenho lido o teu Blog, continua a escrever.
Ás vezes vejo o teu Blog, está “girinho”.
Esta semana ainda não postaste.

Isso dá-me animo, confiança e acima de tudo inspira-me para continuar com este trabalho e desenvolver os projectos que tenho em mente. Não necessito de protagonismo, sou apenas ambicioso nos projectos em que me envolvo e neste caso estou desejoso de deixar uma marca positiva nas artes marciais em Portugal.

Obrigado a todos.

11 de set. de 2007

Cresçam

A vida é assim, diariamente somos sujeitos a pequenas batalhas. O conjunto destas dá resultado à guerra a que somos sujeitos durante a nossa vida.

Não sou profissional de Karate, por conseguinte não vivo na ilusão de um dia ter 500 alunos. Se algum dia conseguir ter 100 alunos a praticar comigo, já me posso dar como… realizado.

Esta semana falava com um amigo e partilhava a ideia que vivemos num país de gente pequena sem grandes ambições.

Uma realidade: o nível técnico em Portugal é dos mais elevados a nível Mundial.

Quando de um certo seminário sobre Kata, o meu amigo Jorge Rosa dizia:

“Nesta mesa existe mais conhecimento técnico, do que numa mesa cheio de 7º Dans em França”.

Apesar da afirmação parecer ser do mais presunçoso possível, o seu criador não deixa de ter muita razão.

Quantos instrutores Portugueses conhecem que andam pela Europa fora a dar estágios de Karate?

Porque é que cada vez que ouvimos que aquele Instrutor que foi dar aquele estágio, também ouvimos que não é bem assim tão bom e que não é assim tão conhecedor do estilo que pratica?

Porque é que existe a tendência a analisar o conhecimento em função da merca capacidade de execução?

Tudo isto são perguntas para as quais no fundo do nosso ser temos resposta.

Somos pequenos e queremos que tudo o que nos rodeia também o seja.

Valorizem-se amigos, valorizem-se.

Apostem na vossa formação pessoal e profissional.

Apostem no vosso relacionamento interpessoal.

Só assim poderão crescer.

2 de set. de 2007

Make your influence positive

Finalmente, depois de umas férias bem merecidas lá vamos voltar a mais uma época. Este ano posso dizer que tive férias de Karate, nã fiz nadinha… apenas parasitismo total.

Bem, vamos lá falar de coisas sérias.

Mais uma época, mais um ano de desafios, internos e externos. Uma das grandes preocupações que todos os agentes de ensino devem ter, (lindo, agentes de ensino, mais dia menos dia vou ter de fazer o curso de treinador de nivel-2) é liderar pelo exemplo. Apesar de não ter treinado nada nestas férias, aproveitei para ler alguma literatura complementar ás artes marciais e cheguei a uma conclusão.

O problema do Karate nacional é mesmo social (felizmente existem excepções e não são poucas), decididamente a necessidade de modificar a postura do praticante (instrutor/aluno) perante a sociedade urge.

Quando todos discutem a necessidade de tornar o Karate mais visível perante a sociedade, será que alguém se lembra de salientar o aspecto social que o Karate transporta nas suas costas há décadas?
Respeito pelos outros, sinceridade, atitude correcta…
Claro que todos sabemos isto e quando um aluno entra no Dojo sabemos vender isto de uma forma espectacular, no entanto será que o praticamos diariamente?
Será que procuramos melhorar a nossa postura?

Tudo isto são questões que devemos colocar a nós próprios.

Um mestre de Kempo utilizava uma expressão interessante, que o meu amigo Ricardo Gama gosta muito de utilizar…
“Monkey see, monkey do.”

Andava a navegar pela “net” e encontrei este vídeo.
Apesar de o vídeo abordar a relação entre pais e filhos, creio que poderemos aplicar este exemplo à relação Mestre/Aluno.

PS. Este espaço vai sofrer em breve umas alterações enormes, não percam!
Espero poder ajudar a comunidade marcial a dar um passo em frente e a poder dizer que entrámos no séc. XXI.

Um bom inicio de época.

26 de jul. de 2007

Mais uma época passada 06/07

Ora em tom de finalização:

Mais uma época passada, já lá vão vinte e algumas, definitivamente esta foi uma época atribulada.

Comecei a época com uma tomada de decisão difícil, seguia um caminho ou seguia o outro.
Decisões do estilo, estava à beira do precipício e tomei a decisão mais correcta, dei um passo em frente.

Reestruturação da vida associativa, arranjar a nova casa, etc.

Nesta época ficam na memória as viagens. Nunca tinha voado tanto de avião e de carro. Duas idas à Suiça, uma à Alemanha, uma a França, duas a Espanha e outras tantas de Norte a Sul em terras Lusas. Ficou uma ida à Bélgica em “stand-by”.

Foi a época de reforço e cimentação do Kyusho em Portugal. Sem duvida que este foi o ano da revelação para alguns Tugas. A vinda do Mestre Pantazi veio dar esperança a muitas almas perdidas das artes marciais, veio demonstrar que existe luz ao fundo do Túnel.

Foi o ano em que provavelmente conheci os meus amigos e aqueles amigos mais diferentes. Foi o ano em que muita gente se deu a conhecer, estou à espera de os voltar a encontrar.

Foi o ano que “gozei” com muita gente. Não que não os respeite, mas creio que foi a forma mais correcta de demonstrar o meu apreço pelo Karate Nacional e que devemos TODOS trabalhar o bom-nome desta nobre arte.

Ficam-me na memória os estágios inter estilos, actividades que se vinham a perder.

Na realização do Torneio de Kata do Ginásio Clube da Amadora, devo imensos agradecimentos ao Fernando, à Maria João, à Daniela e todos aqueles membros de outros Dojos que lá se deslocaram, inclusive a rapaziada do HI5.

A realização do Campeonato Nacional da AKDK, uma prova de ferro que puxou pelos limites de muita gente.

E para finalizar a ajuda do meu aluno Gonçalo que me ajudou imenso no Dojo, obrigado por me aturar há mais de 10 anos.

Vou fazer uma pausa neste Blog por uns tempos. Em Setembro espero poder trazer coisas novas, até lá, “Good bye Maria Ivone” e boas férias.

Ps. A próxima postagem será em 1 de Setembro.

18 de jul. de 2007

Parem de bater no ceguinho

Uma das grandes questões que eu constantemente ponho a mim mesmo é:

“Será que um dia conseguiremos ultrapassar todas as questões do passado e que ficaram pendentes?”

Quando tirei o curso de treinador de Nível 1, um dos prelectores dizia que só conseguiríamos evoluir como modalidade, no dia que nos respeitássemos mutuamente (instrutores, praticantes, dirigentes, etc.).

Confesso que quando estamos do outro lado da linha, consideramos o nosso lado, o verdadeiro e puro. A maior parte de nós tem a tendência a falar de uma forma mais negativa do outro lado, mesmo que anteriormente tenhamos estado do lado de lá.

Isto faz parte da nossa tradição, não marcial mas Tuga.

Uma das grandes questões que se põe no Karate é sem duvida a linhagem, mas porquê bater sempre no ceguinho?

Eu costumo dizer que a verdade tem sempre dois lados, a de um e a do outro.

Por exemplo, … e titulo de ficção, … a sério, “suponhamos…”

Existe um gajo famoso, que diz que é aluno do outro, que se afirma antigo aluno de…
Agora existe outro que diz que os outros eram alunos dele, e que o outro não era aluno daquele e que o outro (um 4º) tinha sido expulso porque tinha dado umas “bocas” ao outro.

Confuso? Se olharmos à nossa volta vemos que existe sempre uma telenovela parecida com esta num canal Mexicano ou numa qualquer associação do português Karate.

Moral da história e como diria o RAP a imitar o Dr. MRS:

O mestre A é bom?
Sim
Pode fazer aquilo?
Não
As pessoas seguem-no?
Sim
É importante se ele foi aluno de ?
Não

Bem, eu não sou ninguém para julgar o que quer que seja, e ainda por cima não tenho moral para falar, pois estou sempre a falar mal de alguém. O mau feitio que o diga, o careca que me ature e o ancião que tenha que levar comigo no MSN.

No entanto tenho apenas isto para dizer:

Parem de bater no ceguinho, vamos ultrapassar as divergências passadas, vamos olhar para o futuro, só assim é que podemos evoluir como praticantes e acima de tudo, como pessoas.

Bem agora falando de coisas sérias. Este fim-de-semana lá fui à Invicta para mais um treino de Kyusho e mais uma vez trabalhamos bem e sempre no caminho correcto da nossa evolução como artistas marciais e acima de tudo como seres humanos.

Foi uma boa oportunidade para demonstrar que, apesar das nossas capacidades técnicas, existem sempre formas misteriosas de arredarmos alguém do nosso caminho e que por muito confiantes que possamos caminhar, existem formas enigmáticas de bloquear as passadas firmes deste nosso caminho Marcial.

Mais dia, menos dia formo uma igreja.

Muito dinamismo nas técnicas e nos pontos e “novos” exercícios. Ainda deu para demonstrar a técnica do pica-pau. Brutal.

Para o próximo fim-de-semana vai ser em Massamá.

11 de jul. de 2007

Balelas na apresentação da FNK-P.

Bem,

Comecemos pelo que ficou pendurado na postagem anterior…

Segundo significado da palavra Kyusho, primeiro segundo. Aqui está uma definição que me agrada muito, muita gente associa Kyusho apenas com a arte de manipulação de “pontos mágicos” e mais, pensa que o pessoal pensa ,que pensa que pode, manipular um ponto e “cabuuuuum” KO garantido.
Não existe pensamento mais ignaro.
Apesar de haver pontos que podem provocar um KO imediato, nem todos têm essa capacidade. A maioria dos pontos provoca o que vulgarmente chamamos de disfunção, que não passa de uma reacção natural que o nosso sistema nervoso arranja para compensar um “input” colocado numa determinada área.
Complicado?
Apareçam para ver/sentir.

Em relação à minha actividade marcial, esta semana foi duríssima em termos de trabalho, felizmente tenho o Gonçalo e a Inês para me darem uma ajuda, se não, os pobres dos meus alunos não tinham uma única aula.

Mas como bom Mestre das artes que sou, não existe nada melhor do que ir mandar umas balelas na apresentação da nova direcção da FNK-P.

Com a presença do Exmo. Presidente da WKF, a direcção da FNK-P apresentou-se a mais de uma centena de indivíduos.
Bem…eram “prái” uma meia centena…25 representantes das diversas organizações Tugas.
O Sr. Presidente agradeceu o apoio que teve etc, etc, etc…

Deu para falar com uma série de pessoas…deu para ver as viaturas de alguns membros da Direcção…

De seguida o pessoal lá foi para a comezaina, eu ainda tentei almoçar à pendura, mas pediram-me a senha de almoço à entrada do refeitório e eu lá fiquei pelo Martini.

È engraçado ver o pessoal de fatinho, existe muita gente que até parece, sei lá…distinto…

Pelo menos eu pareço…
Foi o que o jovem que dispõe viaturas disse, quando me foi pedir uma moeda
“Doutor, tem uma moedinha????”.

E pronto, lá fui eu para casa da sogra comer carapaus assados enquanto os outros estavam no refeitório a comer à pala.

Só espero que não me venham cobrar o Martini e o rissol de camarão que comi à paleta.

Sim, porque o café tive de o pagar (1euro).

Bem, esta direcção tem muitos amigos meus.
Espero que desenvolvam um trabalho honesto e duradouro.

E já agora que estejam atentos à correcta avaliação das pessoas nos diversos cursos, como por exemplo os de arbitragem, …treinadores, …monitores, …arbitragem… e por aí sucessivamente…

Bem, vamos lá acabar com epítetos, que as pessoas têm sentimentos, estão mais finas e mais “singelos”.

Já agora, vou exprimir o meu júbilo ao meu amigo Sensei F. David por ter sido campeão do Mundo de Kata Veteranos (B-PDI) (atletas com mais de 45 anos com lesões nos joelhos, cotovelos e hérnias de escale).
Ouvi dizer que esteve em risco de não poder participar, pois não se fazia acompanhar de uma ressonância magnética actualizada.
Os meus pulsos enviam-lhe estes sinceros parabéns.

Já agora e em estilo de finalização:

Este fim-de-semana, pela manhãzinha, vai haver Kyusho no Porto. Se desejarem informações não hesitem em me enviar um e-mail.
No fim-de-semana de 21, será em Lisboa - Massamá.

2 de jul. de 2007

Este fim-de-semana foi dedicado ao Kyusho

Com uma participação de 18 artistas marciais lá se realizou o encontro de Kyusho. Depois de uma ligeira introdução ao mundo www.kyusho.com , começámos com um conceito extremamente difícil para qualquer artista marcial que se preze…a suavidade.
Eu sei, porque caio no mesmo erro, quando estamos sob stress a tendência é meter uma a baixo, meia bola e força.

Segundo a 3ª Lei de Newton, por cada acção existe uma reacção no sentido oposto.

Até aqui todo o praticante percebe, mas se a acção for uma “não acção”?
Perante uma acção violenta existe uma reacção igualmente violenta.
E se perante uma acção violenta a reacção for “não violenta”?
Qual será a reacção do agressor?

É esta parte que eu gosto, quando pomos em questão todas as leis da física. É no mínimo um desafio…

Como tinha prometido um dedo a certa pessoa, lá me lembrei de meter umas técnicas de faca pelo meio para provar que muitas vezes não é preciso força, para atingir os objectivos pretendidos e que a acção/reacção é relativa.

A resposta do grupo foi bastante positiva.
Sinto que de cada vez, aprendo mais com certas pessoas. A simples presença deles é inspiradora e faz-me ter uma visão futura sobre qual deve ser a minha postura quando for mais velho.
O meu muito obrigado pela presença de todos eles.

Apenas divagando:)

Para muitas pessoas a visão de pontos vitais (Kyusho) toma a proporção daqueles KO infalíveis, que funcionam sempre e que os pontos de pressão são fáceis de encontrar.

Amigos, nada poderia ser mais falso. Esses pontos mágicos não existem, dahhhhhh!!!!

Para começar a palavra Kyusho pode ter diversos significados:
1º- Ponto de pressão;
2º- Primeiro Segundo;
3º- Testículos.

Vou começar pelo 3º significado, …

???????????

Pronto… (não vou comentar).

Como fiquei sem palavras, as outras explicações dou para a semana, já que hoje “dei” a terceira.

Artista Marcial SOFRE...

26 de jun. de 2007

Campeonato Nacional AKDK

Este fim-de-semana foi dedicado a duas actividades importantes:
No Sábado foi dia de Campeonato Nacional da AKDK;
No Domingo foi a festa de final de ano da minha filhota.

Comecemos por Domingo, depois de uma viagem de 1 hora e tal para a quinta “Cantar de Galo” e de um dia bem passado a passear, a fazer slide, a caçar tesouros, a comer todo o tipo de porcarias que calham à frente, não há nada melhor do que regressar a casa. Certo?
Certo…
No entanto, se o carro simplesmente parar sem razão aparente, o que fazer? Alguns de vocês vão responder, liga para a Marta, pronto, tudo bem, mas, e se o táxi demora 2 horas para chegar? E depois se alguém chega à conclusão que o táxi não pode levar 3 adultos e 2 crianças? Qual é a resposta? Ir com o amigo da Marta, no reboque, que por acaso é Bosniáco e não fala puto de Tuga. Moral da história: aqui o “Je” vai andar uns dias de Jaguar.
No entanto não comecem a pensar que tenho uma associação ou que ando a fazer uns biscates na estrada, entenda-se “Stops” e não outras interpretações de cariz sexual.

No dia anterior, tinham respondido ao apelo de diversos instrutores, cerca de 250 atletas membros da AKDK, para a participação no 1º Campeonato Nacional da AKDK.
O que há para dizer de um campeonato onde o nível técnico em geral foi muito acima da média?
Nada.

Apesar de estar envolvido na direcção da prova e provavelmente ter sido a cara da organização, existe uma pessoa que esteve por trás disto tudo, o Sensei Álvaro Silva. A aquisição dos prémios, a realização do sorteio, a escolha do lugar, e tudo e tudo, foi da autoria dele, por isso se não gostaram das medalhas e das taças, a culpa foi dele.

Apesar de ter sido uma maratona em termos de prova, todos os atletas aguentaram estoicamente até ao final, proporcionando a todos os presentes excelentes demonstrações de Kata e excelentes combates.

Em termos de arbitragem creio que o balanço foi bastante positivo. Muitos dos cintos negros presentes não têm cursos de arbitragem (estamos a tentar providenciar os mesmos), no entanto devido à experiência acumulada nestes anos de prática, não deixaram nada a desejar nesta matéria.

De salientar a ajuda de familiares de atletas nas mesas. Foram uma peça fundamental para o bom andamento da prova. O meu muito obrigado.

Esta prova apenas veio dar mais alento às minhas convicções quando tomei uma posição: o engrandecimento técnico do meu Karate, os excelentes momentos passados junto dos meus companheiros instrutores e o poder proporcionar aos meus alunos boas experiências desportivas.

Em termos pessoais, digamos que o Campeonato não me correu mal.
A Inês foi campeã Nacional AKDK de Kata, a Rita foi campeã em Kumite. O David ficou em 3º lugar em Kumite e o Gonçalo ficou em 3º lugar (a ver comboios a passar em Campolide).
Deu para ver que afinal o Kyusho resulta, que o diga o Daniel, porque quando estamos com dificuldades em resfolegar, não há nada melhor que um empurrão em SP21.
Creio que estou no caminho correcto…
No dia 30 de Junho vai realizar-se um encontro de Kyusho, das 17.30 às 20.00 nas instalações do Clube Atlético de Queluz.

Das 20.00 às 20.30, a sessão será apenas para membros da Kyusho Internacional.

19 de jun. de 2007

Seminário "O estudo da Kata"

Ora, ora…
Este sábado lá fui a um estágio de Kata em São Domingos de Rana, as coisas estavam todas programadas para correr bem.


Bem, para começar, o treino era naquele pavilhão em São Domingos de Rana, que afinal não é em São Domingos de Rana, mas sim em Tires.

Depois, afinal o treino não era só do estilo supremo mas também dos outros estilos menores, ter que levar com, carecas, velhos, gajos de espada, tipos que já não via há anos e pior, indivíduos com mau feitio, é obra.

O treino começou com o estilo supremo, pronto a Kata era a Seisan, uma das minhas Katas preferidas. Até aqui tudo bem, mas o senhor que deu o treino tem mau feitio, apesar de perceber daquilo que faz, tem mau feitio.

Depois lá veio o Shotokan, é pá, porque é que para onde nos viramos aparecem sempre estes tipos?
Pronto o senhor que deu o treino até parecia que sabia o que fazia e dizia, mas era de Shotokan…

Depois veio o outro de Katana na mão. Pelo amor de Deus, Karate e Katanas?
Depois pede para ser empurrado. Que embuste, ele enganou toda a gente, ele não faz Kata Shitei. Como é que ele pode dizer que percebe de Karate?

À hora de almoço tive de comer com eles, não têm conversa nenhuma. Ainda por cima tenho de lhes explicar a verdadeira história de Portugal. Pelo amor de Deus, toda a gente sabe a história.

Da parte da tarde lá fomos treinar novamente. Aqui é que eu tinha uma certa curiosidade, porque em 1990 em Lagos um gajo deu-me 2 mawashis nas costas e um na cabeça e eu fiquei com um rancor que me havia de … não é que eu seja vingativo, mas o tempo o dirá… desta vez escapou, para a próxima logo se vê.

Para finalizar, lá veio um velho rasteirinho. Bolas, agora é que vou ter mesmo que levar com a história da sumidade e ainda vou ter que pagar um ouriço e um café ao Homem.

Brincadeiras à parte, 5 senhores do Karate Nacional, os Mestres Carlos Pereira (6º Dan Shito-Ryu), Álvaro Silva (5º Dan Goju-Ryu), Jorge Rosa (5º Dan Wado-Ryu) e João M. Pinto (5º Dan Shotokan), proporcionaram a todos os presente no seminário “O estudo da Kata – Seisan, Seichan Hangetsu” um excelente presente de mestria, conhecimento e dedicação, demonstrando que o Karate em Portugal tem excelentes instrutores, com um conhecimento muito acima da média.

Durante este encontro fomos brindados com a presença de Jorge Peixeiro, hexacampeão Nacional de Kata. Pronto, confesso, tenho bastante admiração por este atleta, sempre tive um imenso prazer em vê-lo a fazer Kata.

Foi um dia espectacular deu para rever amigos, conversar e treinar. São eventos destes que devemos tentar promover para uma melhor relação inter estilos.

Enquanto se desenrolava este seminário, estavam a ser realizadas as eleições da FNK-P, de um lado concorria João Salgado, do outro Nuno Cardeira.

Creio que uma lista conjunta seria a atitude mais correcta para pessoas que desejam o melhor para o Karate Nacional. No entanto optou-se por concorrer com duas listas distintas, tendo ambas as partes excelentes elementos do Karate Nacional.
Apesar de ter sido “pressionado” a assistir às votações, optei por não ir por diversas razões e o pretexto de treinar era excelente.
Por um lado considero que o João Salgado merece ser o futuro presidente da FNK-P, sendo o culminar de uma vida dedicada ao Karate Nacional.
Por outro lado estava o Nuno Cardeira, uma figura que se tem vindo a afirmar no plano Nacional, que tem vindo a fazer um excelente trabalho.
De um lado tinha o meu amigo Leonardo David do outro tinha o César Silva.
Segundo as noticias, o João Salgado acabou por ganhar por 1600 votos. Desejo-lhe as melhores felicidades, quanto ao Nuno Cardeira, é bom saber que as novas gerações se estão a afirmar e estão a dar luta.

Para finalizar,
No dia 30 de Junho vai se realizar um estágio de Shotokan em Leiria, o anfitrião é o meu grande amigo Sensei Jordão e os instrutores são nada mais, nada menos do que Sensei Peté, Sensei Pula e Sensei Crespo. Com instrutores destes, o sucesso deste evento é garantido, eu só não vou estar presente porque vou realizar um encontro de Kyusho nesse mesmo dia.

Isto é o princípio do fim, eu a anunciar estágios de Shotokan…
Mais dia, menos dia, ainda me apanham a ver o Torneio Internacional da Amadora.

4 de jun. de 2007

Conflito de gerações

Este fim-de-semana foi aproveitado para estar com a família e fazer um balanço de tudo o que foi aprendido no último fim-de-semana.

Durante a semana estava eu a tomar um café com um amigo ao final da tarde, a fazer uma análise daquilo que foi ensinado durante o seminário do mestre Pantazi e eis que surge esta conclusão. Nós karatekas estamos a anos luz destes gajos do Kempo.

Durante o seminário falava eu com o Sensei Álvaro Silva (o do mau feitio) e chegámos à conclusão que em termos de execução de sequências técnicas nós karatekas estamos muito aquém da rapaziada do Kempo.

Por muito que me custe, tenho que dar razão a estes dois instrutores nestas afirmações.

Enquanto grande parte das artes marciais procura evoluir para um estadio mais elevado, nós karatekas tentamos resistir aos ventos da mudança, ao aprofundamento daquilo que fazemos, afirmando que a tradição só se mantém desta forma.

Claro que existem aqueles que dizem que o aspecto desportivo no Karate é sinal de mudança. Eu acredito que é um sinal de mudança, será no entanto uma mudança benéfica para a arte marcial em si?

Uma das coisas que eu mais admiro no Kempo é que apesar de terem as suas actividades desportivas, nunca deixaram essas mesmas actividades influenciar a sua visão de arte marcial, uma arte basicamente orientada para o aspecto da defesa pessoal.

A um mestre de Okinawa (Yabu Kentsu) quando visitava o Hawai foi lhe perguntado o que achava do Ju-Jutsu, ao qual respondeu que era apenas 10% do Karate.

Não sei bem qual era a sua intenção com esta afirmação, mas será que ele queria dizer que o Karate era uma arte muito completa?

Não existem dúvidas em relação à competência deste mestre contemporâneo. Ele foi um dos principais impulsionadores do Karate de Okinawa, acho que pelas mãos dele passaram Mestres como Mabuni e Funakoshi.

Será que chegámos à meta final do Karate?
Será que não existe mais nada para alem do túnel?

Eu não acredito, o fim-de-semana passado tive a prova que existe luz ao fundo do túnel, infelizmente teve que ser um “gajo” do Kempo a mo demonstrar.

Certamente vivemos uma nova era do Karate, no entanto o desporto é limitativo à arte marcial.
Apesar do meu discurso ser um pouco “esotérico”, aqueles que me conhecem sabem que sou uma pessoa que acredita no aspecto puro e duro do Karate (para mal dos meus pecados), apesar de advogar que os Katas estão a ser mal interpretados e coiso e tal… não sou o tipo de crente que acha que se for para a montanha virá de lá iluminado como uma luminária.

Se calhar estou no meio de um conflito de gerações, se por um lado percebo e apoio a actividade desportiva, por outro, creio que existe muita coisa que não foi espressa e que provavelmente irá passar despercebida a grande parte das gerações futuras.

Mais uma vez no meio… (das gerações).

29 de mai. de 2007

Senhoras e senhores…Evan Pantazi.


Finalmente o Pai da Kyusho International (KI) visitou terras Lusas.

Perante uma plateia esgotada e abrindo umas pequenas excepções, encheu-se a casa com cerca de 43 artistas marciais.

Apesar de concordar com muitos amigos, quando afirmam e com toda razão, que o preço do estágio era bastante elevado, creio que todos os que estiveram presentes neste evento deram por bem empregue o dinheiro gasto.

No primeiro dia iniciou-se com o curriculum oficial da KI tendo o Mestre explicado o porquê da necessidade das reanimações e a razão do curriculum estar estruturado da forma que está. Depois de se ter percorrido todo o 1º nível (reanimações), as mal afamadas “sapa na mona”, avançou-se com grande alegria para os bracinhos. Este estágio vai ficar na memória de muita gente como o estágio do Pericárdio 2…ahhh ponto maldito.

De seguida passámos aos pontos da cabeça, citando o Sr. Presidente da AKDK, passamos à droga dos pobres, muitas cabeças “sentiram a moca”.

Uma das questões que foi constantemente abordada, foi a questão terapêutica na utilização dos pontos de pressão. Todos os pontos tem duas aplicações e a melhor forma para os manipular é através da massagem. É mais provável sermos confrontados constantemente com uma dor de cabeça do que termos que enfrentar um adversário enraivecido com vontade de nos matar.

Devido ao forte empenho e grande vontade de aprender, o mestre Pantazi demonstrou, ensinou e divertiu-nos com aspectos interessantes da nossa bioenergia. Bem…acredito que foi mais devido ao estado lastimoso dos nossos bracinhos e às dores de cabeça que se começaram a instalar, mas isso é para outras festas.

O que interessa é que muitos de nós ficaram com a impressão de que existem certos aspectos da nossa vida que nos passam ao lado, que muitas vezes as coisas desaparecem da nossa vista sem no entanto alguma vez terem desaparecido e que para a próxima que dissermos “chiiiiii”, de certeza que vamos ter os pés bem assentes na terra.

No segundo dia lá se avançou com o currículo da KI e lá fomos ao encontro do tronco e das perninhas.

Antes de começarmos iniciámos o Ba Dua Gin como forma de alongamento ou se acreditarem como forma de restabelecer os nossos níveis de energia.

Muitos de nós já só queriam saber onde estavam os pontos, quanto a bater neles (ou levar)…não obrigado…por isso a importância do aspecto terapêutico. É mais fácil aceder ao treino dos pontos através de uma massagem do que andar à martelada à rapaziada!!!!!

Na parte final do treino fomos presenteados com uma série de interpretações de movimentos de katas. Claro que houve pessoas que foram mais presenteadas que outras, mas só lá foram porque quiseram. Mas uma coisa é certa…todos ficámos maravilhados com a enciclopédia humana que estava à nossa frente.

Bem podia andar a escrever km de linhas e provavelmente iria esquecer-me de algo. Existem umas coisas que não me vou esquecer: das dores nos braços, cabeça e das dores nas pernas. Muito agradeço a todos os que fizeram comigo, as das pernas, um agradecimento muito especial ao Sr. Ricardo Gama.

Para finalizar só me ocorre um pensamento.

Este é … Evan Pantazi…

Como não podia deixar de ser, deixo uma nota de agradecimento ao meu grande amigo Ricardo Gama por nos ter proporcionado um fim-de-semana memorável. Se existem pioneiros, tu és de certeza o principal. Tu é que foste o primeiro a pisar o novo mundo. OBRIGADO.

21 de mai. de 2007

”This is a man`s world”.


Este Sábado foi dia de torneio na Arrentela. Apesar dos resultados terem ficado um bocado áquem das minhas expectativas, não acho que os meus alunos me tenham desiludido. A minha Ritinha trouxe um primeiro lugar em Kata e todos os outros passaram as primeiras eliminatórias.

O Rafael está cada vez mais confiante e sem pressa para se despachar a fazer a Kata (Ricardo, deves ficar orgulhoso do puto).

Durante a semana a Sensei Mieke da Bélgica e o marido estiveram em Portugal a convite do mau feitio do Álvaro Silva, que lhes mostrou a serra de Sintra e o Palácio da Pena. Aqui o amigo mostrou-lhes a bela terra da Ericeira/Mafra e como não podia deixar de ser o belo do “Zé Franco”.

Gostei muito desta visita, foi agradável estar com este casal.

A Mieke e o Álvaro conhecem-se há 19 anos, desde o Gasshuku de Portugal. Na altura eram 1º ou 2º Dan, hoje o Álvaro é 5º e a Mieke é … 3º, no entanto a Mieke nunca parou de treinar.

Apesar de ser uma das mais antigas praticantes de Goju na Bélgica, provavelmente é um dos muitos karatekas Belgas 3º Dan`s.

Isto vem pôr em questão um assunto que já andava aqui na minha cabeça há muito tempo.

Vamos lá fazer uma ginástica cerebral; Quantos Mestres conhecem?

De todos quantos deles são gajas? Vamos por de parte orientações sexuais.

Pois é, como dizia a outra.”This is a man`s world”.

Existem pessoas que são descriminadas por terem uma cor diferente, por serem mais gordos (estava mortinho para dizer isto), por serem gajas…

Os meus melhores alunos são do sexo feminino. Pronto, exceptuando o Gonçalo. E eu nunca vi nem nunca descriminei um aluno por ser diferente…

Será correcto exigir o mesmo a um aluno do sexo feminino relativamente ao que exigimos a um do masculino?

Mais, será que levamos a sério uma aluna que nos diga que quer chegar a cinto negro e dar aulas?

Bem, vamos olhar um pouco para a história, muito antes de Kanryo Higaonna

Durante o início do período Qing Kanxi (1662-1723 d.C.) existia um senhor chamado Fang, Zhen Dong que ensinou artes marciais (provavelmente Punho das Cinco Formas “Wuxing Quan”) à sua filha Fang, Qi Niang.
Ela costumava ir para um rio perto de sua casa onde observava os grous a caçar, a brincar na água, a saltar, a sacudirem-se a gritar, a pousar, a dormir, etc.

A partir destas observações, ela combinou o que havia aprendido dos movimentos dos Grous com o estilo do seu pai, criando assim o estilo do Grou Branco do Sul.

Mais tarde crê-se que um aluno de Fang ensinou a Pan Yuba, que por sua vez ensinou Ryu Ryu Ko e este ensinou Kanryo Higaonna, claro que passei alguns pormenores mas isso fica para uma postagem posterior.

Moral da história, se o famoso estilo de Goju Ryu tem a sua origem numa GAJA, como é possível haver descriminação no Karate?

Não me digam que também existe aquele discurso dos americanos puros…defendido pelos membros do KKK … e os índios???

Enquanto grande parte dos Karatekas modernos discursam por um Karate moderno, por um Karate desportivo, vão se esquecendo que existem gajas a fazer Karate e depois dizem que existem grandes “Mestras” no panorama, sem no entanto fazerem parte dos quadros federativo.
Ahhhhhhh…existe uma que trabalha na federação e faz serviço de secretariado.

“This is a Man`s world”, mas há que olhar para as mulheres com respeito, pois quem sabe se um dia não apanhamos uma Rosanne Driscoll…

12 de mai. de 2007

Kata (Maio 2007)

Isto é mais uma reflexão sobre Kata e Bunkai.

Por muito que se fale, fica sempre mais alguma coisa para dizer sobre Kata.

Se pegarmos num conjunto de Kamaes e os alternarmos uns atrás dos outros, provavelmente arranjamos uma Kata.

Existe uma teoria em relação às Katas, que acho que deve ser encarada com alguma atenção.

Antes da introdução das artes marciais chinesas em Okinawa, existia uma arte marcial a que lhe chamavam de Te, Ti ou Di (consoante a pronuncia). Esta arte marcial era ensinada exclusivamente a um número restrito de pessoas, geralmente relacionadas com a família real Uchinandi.

Existem muito poucas pessoas com um conhecimento profundo sobre esta arte marcial, pelo menos fora de Okinawa.

O Sensei Chojun Miyagi antes de se tornar aluno do Sensei Kanryo Higaonna, treinou durante um ano com o Sensei Aragaki. Que arte marcial? Não existe muita informação em relação a isso.

Voltando aos Kamaes, todos os Kamaes têm um objectivo, ou Bunkai. Podemos fazer um treino apenas com um par de Kamaes, basta treiná-los em Kihon e depois em Bunkai. Claro que isto se pode tornar uma seca e provavelmente não iríamos ficar muito tempo a fazer “Hari Uke” para a frente e para trás. Mas acho que estão a apanhar o significado e o objectivo deste parágrafo.

Quando o Sensei Chojun Miyagi foi à China em 1915 e demonstrou uma série de Katas, foi-lhe comentado que o que ele fazia eram artes marciais muito antigas e que já não se praticavam.

Agora a minha questão é esta…porque é que não encontramos Katas ou formas idênticas às do Karate nas artes marciais chinesas?

Encontramos e isso sim muitos Kamaes idênticos, mas não combinações técnicas.

Será que o que foi feito, foi introduzir um conjunto de Kamaes com uma série de interpretações de Te?

Será que Karate “Mão da China” significava uma aproximação Chinesa às técnicas de Okinawa?

Apenas tenho a certeza de uma coisa, não tenho certeza de nada…

8 de mai. de 2007

“Let the body hit the floor”

Durante um treino e ao executar uma pressão sobre um ponto, um dos participantes comentou…
“É como uma reacção natural para fugir…”

O que me levou a considerar as minhas próprias questões:

As disfunções não serão reacções naturais do corpo?
Será que conseguimos distinguir uma disfunção de uma reacção?

Quando estamos de fora, conseguimos aperceber-nos quando existe uma disfunção. No entanto quando estamos a viver “in loco” uma acção, o nosso corpo diz-nos apenas para fugir.

Uma das expressões que eu gosto de utilizar para definir Kyusho, é o termo “primeiro segundo”.

Existe muita especulação em relação ao Kyusho. Grande parte das pessoas quando procura o Kyusho na Net, vai deparar-se não com o aspecto de “primeiro segundo”, mas sim com o KO.

Nitidamente existem 3 posições em relação ao Kyusho. A primeira defende o Kyusho como a arte suprema, a segunda acredita que existem certos pontos sensíveis no corpo humano e a terceira não acredita que existem pontos e que isso é tudo uma grande treta.

Apesar de todas as partes defenderem as suas convicções com unhas e dentes, existe um princípio comum em todos os discursos. A eficácia perante um adversário mais forte, mais rápido, mais…mais…mais…

O que é estranho é que todos partilham da mesma ideia, que é possível ganhar a um adversário que seja mais qualquer coisa do que o outro.

Pessoalmente não acredito que o Kyusho resulte a 100%. Existem diversas variáveis necessárias para poder tornar o Kyusho a “arte suprema”.

Será que acreditamos que o Karate resulta sempre numa situação de conflito?
Pessoalmente acho que não.

Será que isso faz o Karate mais eficaz ou menos eficaz?
Se calhar isso não é o mais relevante.

Toda a gente sabe que os pontos utilizados no Kyusho são os pontos da Medicina Tradicional Chinesa (MTC).
Mentira, nem todos, a carta de MTC é uma referência para a localização dos pontos e não é, como muitos pensam, o mapa para a localização dos pontos.
Um ponto na MTC tem uma dimensão minúscula, por conseguinte é praticamente impossível atingi-lo com a ponta de um dedo.

Como costumo dizer, uma coisa é falar de toiros, outra é toureá-los.

Uma coisa é certa, existem muitos “Guerreiros Virtuais”, poucos são aqueles que tem coragem de questionar e pisar o Tatami para provarem o porquê das suas dúvidas.
Claro que poucos são aqueles que vêm que o Kyusho poderá (e aqui acentuo o poderá) ser mais uma ferramenta para a sua arte marcial.

Um dos grandes problemas com que os artistas marciais se irão sempre deparar, é com o chamado “Síndrome de Guru”. Haverá sempre alguém que se há de achar “especial”, mas a esses, apenas poderemos responder com um trabalho sério, o resto, apenas a história poderá relatar…

Aconselho vivamente a lerem a postagem do Ricardo Gama no Blog kyushopt

Se virem o clip desta semana, vão reparar que independentemente daquilo que possamos fazer, vai existir sempre alguém que se considera “especial”. E apesar de nos rirmos, vai haver sempre uma legião de discípulos prontos a segui-los, vão existir pessoas que não acreditam e vão aparecer outros que acreditam mais ou menos assim-assim.

Por isso, pensem, “Let the body hit the floor” e se não for à chapada em estomago-5 que seja com o casaco do Gi.
Já agora, não se esqueçam que faltam menos de 20 dias para a vinda do mestre Pantazi.

3 de mai. de 2007

Mestre Lipinski e Nuno Moreira

Este fim-de-semana foi reservado ao treino de Kata com o Mestre Lipinski, finalmente e depois de uma série de anos a tentar treinar com este mestre, lá consegui arranjar espaço na minha agenda (adeus Aoki Sensei…).

Depois de uma curta viagem até Beja, eu e o mau feitio do Álvaro Silva (Sensei) encontrámo-nos com o Sensei Severino numa esplanada de Beja. Deixo desde já aqui os meus agradecimentos pela sua hospitalidade.

Uma das primeiras pessoas que vi foi o Sensei Abel Figueiredo, que demonstrou uma surpresa enorme por nos ver, se calhar são os ventos da mudança.
O primeiro contacto com o Shian deu-se pelas 19.00 horas, logo à primeira vista demonstrou ser uma pessoa acessível, um senhor dentro da casa dos 60 anos, alto e muito bem-falante. Deu para conhecer o Sensei Teófilo e conversar um pouco. Depois das apresentações lá começámos o treino.

Em relação ao treino, estava bastante apreensivo, pois apesar de andar à meia dúzia de anos nisto, nunca tinha treinado Goju-Kai. O meu grande receio era treinar horas a fim em Neko Ashi Dachi tal como nos filmes do Sensei Yamaguchi (miauuuuu….) Gogen.

Começou-se com um treino de Kihon, claro, depois de serem explicados uns pormenores e as consequentes repetições lá avançamos para o treino de Kata. Apesar de serem feitas de forma diferente, não nos sentimos muito deslocados. Findo isto lá terminámos o treino com o Shian a prometer-nos que no dia seguinte iria puxar um pouco mais.

Depois de uma noite bem dormida lá me dirigi para Cuba, do Alentejo claro, para o segundo dia de treino.
Nessa manhã foram treinadas as katas Sanchin, Geki-Sai e Saifa. Foram treinadas durante bastante tempo, tendo sido corrigidas ao pormenor. Este treino foi bastante útil, pois já não treinava Saifa (Shitei) há bastante tempo. Durante o treino foram levantadas algumas questões pertinentes por um Kyu, ao qual o Shian respondeu que tudo tinha o seu timing e que ele devia apenas concentrar-se no que lhe era devido para a graduação dele… (mau feitio ).

Durante o almoço deu para conversar um pouco com o Shian e com o Sensei Teófilo. Como não podia deixar de ser, o Kyusho veio à baila, tendo o nosso anfitrião alentejano exclamado que era MUITO CÉPTICO em relação ao Kyusho…

Da parte da tarde, lá treinámos Tensho e Seiyunchin e Sepai, mais um treino de Shitei Kata porreiro, com muitos pormenores explicados ao detalhe.

Foram explicados uns Bunkais da Kata Sepai e “Voilá” ora toma PC 6 ou 7 e TA 11…

Depois das Bunkais ora toma com um Randori. Gostei de fazer com o Sensei Teófilo, um Karateka à moda antiga, fica aqui prometido que vou treinar mais…

Estava a correr tudo tão bem, Kata, Kumite… não é que vem o belo trabalho de Neko Ashi Dachi. Amigos, quase que me ia arrepender de ter feito tantos KM. O Shian começou a fazer um trabalho para exames de kyu (sim leram bem) brutal, bastante coordenação na troca de posições, nas quais passavam todas pela bela da postura do Miau… como aqui o amigo só começou a treinar esta semana, é claro que fiquei cansado, mas não desisti.

No final do dia de Sábado, ainda deu para ir fazer exames ao Dojo do Sensei Severino. Apesar de ser um grupo pequeno, vê-se uma grande vontade de evoluir por parte dos alunos e do Sensei Severino. Ficou prometido que aqui o “Je” voltaria a Beja para por mais umas criancinhas a chorar… Parabéns a todos e que continuem a trabalhar como têm trabalhado.

No Domingo fez-se as revisões dos treinos dados anteriormente, no final deu para falar um pouco.

Em nota final, foi muito bom treinar com este Mestre, creio que voltarei a treinar com ele ainda este ano, logo se vê…

No dia 1 de Maio, o grande campeão Nuno Moreira dirigiu-se a Corroios para ministrar um estágio de Kumite. Não pude estar presente por motivos familiares no entanto lá apareci para dar uma onda de “Pressidente da Zunta”.
Com uma simpática presença de cerca de 70 Karatekas, pelo pouco que vi, todos gostaram e responderam da melhor forma possível aos conselhos e sugestões dadas por este Jovem Grande campeão. É sempre bom ver estes miúdos a crescer, tanto no Karate como fora. Continua com aquele sorriso de miúdo, mas com uma presença de grande maturidade. Espero que continue o excelente trabalho que tem desenvolvido dentro da área desportiva. Muito obrigado por teres vindo a esta terra de Mouros…

Por falar em Mouros… ouvi uma história daquelas que dá para rir, já andava de cheio de saudades em fazer uma Blogonovela, já tenho algo na cabeça, só preciso de umas confirmações…

24 de abr. de 2007

Iº Torneio de Karate Freguesia da Mina-Amadora

O endereço do blog é diferente, mas a estupidez é a mesma…

Este fim-de-semana realizou-se o primeiro Torneio de Karate da Junta de Freguesia da Mina-Amadora. Não bastava o facto de eu estar presente, então não é que apareceram mais 150 marmanjos, diversos instrutores, alguns árbitros e bués de país?

Apesar da data ser ingrata, pois no mesmo dia realizava-se um campeonato lá para os lados de Alcabideche, compareceram imensos amigos, aos quais deixo desde já os meus imensos agradecimentos pela ajuda na realização da prova.

Uma das razões que me levou a organizar esta prova com este formato (apenas provas de Kata), foi o facto denão haver muitas provas de Kata neste momento.

Devido à quantidade de pessoas que esta prova movimentou, ficou como promessa a realização do evento de novo no próximo ano.

Quanto à prova propriamente dita, todos os jovens se comportaram de uma forma nobre e condigna, apesar de haver alguns choros pelo meio. A vida é mesmo assim, e a competição tem disto, nem sempre se ganha, nem sempre se perde.

É engraçado ver estas provas por fora, apesar de andar na azáfama de ver se a prova está a decorrer como previsto. Dá sempre para observar o ambiente que se movimenta em volta.

Uma das coisas que me deixa preocupado, é o excesso de competitividade que é incutido nestes escalões. Será que grande parte da pressão que é posta sobre as crianças, não será o resultado da frustração dos instrutores ou das famílias?

Durante a semana recebi um telefonema do meu amigo Sensei Jorge Rosa. Uma das suas preocupações era se os alunos iriam receber um diploma. Dizia ele que o simples facto de as crianças receberem um diploma já era um prémio em si. Concordo plenamente contigo amigo. É claro que levaram todos diploma.

Já agora, o meu obrigado pela excelente demonstração de Iai-Do que efectuaste. Muito obrigado pela presença do “puto má lindo da Wado” e o seu caracol. Só faltava recitar o haramita shingyo.
Onde é que eu tinha a cabeça quando os convidei para uma demo… se ainda fosse uma Kata shitei…

Muitas pessoas não sabem o que é o stress de ter uma plateia com centenas de pessoas a olhar para elas. Se treinar Karate já de si é difícil, entrar numa prova mais difícil é.

Deixo os meus agradecimentos a todos aqueles que me ajudaram na realização da prova, aos meus amigos do hi5 :), aos meus alunos. Um agradecimento muito especial ao Fernando e à Maria João. Muito obrigado, sem vocês não seria capaz de realizar esta prova.

Findo isto, é tempo de voltar a treinar forte e feio. Vários eventos se avizinham e tenho que estar preparado para eles.
Para o próximo fim-de-semana vou até á OviBeja…

16 de abr. de 2007

Encontro AKDK mais bunkai e defesa pessoal

Olá, o endereço é diferente, mas a estupidez é a mesma…

Este fim-de-semana começou logo de manhã com Karate…

Estava eu a beber um café na Ericeira, vai-não-vai de meter conversa, eis que surge este comentário:
“Ah e tal, o mestre Coutinho é um dos supra sumo do Karate Shotokai em Portugal…”

Bem feito para a próxima não digas que não conheces “rasteirinhos” da vila.
Bem, adiante…



Este fim-de-semana começou uma pequena actividade da AKDK.
Apesar de na mesma data se realizarem os “encontros espaciais” da Federação e alguns instrutores da AKDK terem alguma curiosidade em relação a esta actividade, pelo que foram desta forma baixas garantidas neste encontro, o corpo técnico da AKDK não se viu inibido em realizar o evento.

Pronto, se calhar não era curiosidade… se calhar não tinham era créditos.
Adiante…

Perante uma plateia de cerca de 80 atletas (a sério, podem contar na foto…) trabalhou-se Kihon, Kata, algumas Bunkais e um pouco de paciência.
Desta vez calharam-me os cintos castanhos.

Foi muito bom trabalhar a Kata Seiyunchin com este grupo e quanto mais tempo treino, mais tenho a impressão de que treinar Kata é fundamental. Está tudo lá, à nossa mão, só falta é vermos para lá da forma…

Um dos grandes erros dos karatekas é tentar dar um passo maior do que as próprias pernas. Devemos ter calma, a progressão surge por si própria e não é por treinar todos os dias até à exaustão que vou progredir. Quando fazemos uma pausa no treino, regressamos com uma mente mais aberta, menos obcecada. É como esvaziar o copo para o voltarmos a encher de água fresca.

No Domingo, fui acordado pelo despertador. Achei estranho o facto do despertador tocar tão cedo, no fundo era o meu subconsciente a negar uma realidade que se iria tornar um facto.

Treinar, até aqui tudo bem, mas treinar Katas de Shotokan e Shito Ryu… pelo amor de Deus… O que é que essas escolinhas menores de Karate teriam para me ensinar?

Como já estava a correr tudo tão bem, vem o Sensei Álvaro Silva mais o mau feitio dele, a protestar que chegou atrasado por causa da senhora que tinha sido tesoureira no Clube e mãe do filho que tinha treinado com ele e que agora jogava Basquetebol e que…coiso e tal…

Falando do treino, perante todas estas adversidades, é claro que fiquei inibido e não consegui explanar todo o meu esplendor, brilho, magnificência e os meus conhecimentos da Kata Pinan Nidan, que diga-se de passagem, é, sim ouviram bem, é, a minha melhor Kata.
Que para quem conhece bem Goju Ryu, sabe que é uma Kata do programa técnico de Goju!!!!????.
Perante isto e sob a orientação do Sensei David, que no fundo teve foi pena da triste figura que eu estava a fazer, lá se avançou para as bunkais.

Pronto, estava tudo a correr tão bem, dentro da normalidade, com interpretações básicas e algumas avançadas, quando se ouviu uma vozinha lá do fundo:

-“Ah, os electricistas ás vezes carregam nos interruptores e os outros apanham choques…”

Não, não podia, a treta do Kyusho a vir à baila, pelo amor de Deus, tudo no mesmo dia…

Bem, treta à parte e acho que já falei mal de toda a gente…
Este encontro foi muito bom.

Foi mais uma oportunidade para trazer um diploma de participação para casa, apesar de merecer dois, pois houve um prelector que gostou muito dos meus pulsos durante a aula de defesa pessoal e me fez passar as passas do Algarve, ou será Allgarve? (tenho que perguntar ao Sensei J. Rosa).

Ficou como promessa a realização de um evento semelhante no futuro, se vou lá estar, claro. Só espero é que treinem a minha segunda Kata preferida, a Wankan ou a Matsukaze. Gozem, Gozem…

Já agora e para finalizar, gostei muito de treinar com um aluno de 50 e poucos anos e com 80 de Karate. Só com exemplos assim é que as pessoas são grandes (supra sumo).

Ora toma e vai rasteirinho para casa.

VI Helsinki Karate Open

No dia 19 de agosto fui ao “VI Helsinki Karate Open”, evento organizado pelo clube Seitokai e com o apoio da Federação Finlandesa. Segundo...