30 de nov. de 2007

Sanchin (2)

É oficial…
Depois da aceitação da Associação Kenkyukai Karate Portugal no seio da Goju-Ryu Karate International, foi a vez da Associação Karate Goju Do-Shi Kai ser aceite na mesma.

Mais à frente abordarei este tema…

Continuando o que ficou pendurado na semana passada…

Literalmente Heishu kata significa formas de punho fechado.
Esta definição, não significa que a kata é feita de mãos abertas ou fechadas.
Na origem das duas distinção de katas (Heishu e kaichu) existem duas teorias em relação ao aparecimento dos nomes.

1ª- A mais comum das explicações diz-nos que, o significado desta distinção tem a ver com a forma como o nosso corpo se encontra, se os musculos se encontram tensos (fechados, juntos, etc...), ou relaxados (abertos, separados, etc...)

2ª- A outra explicação, tem a ver com uma lição de Shakyamuni Buda aos seus discipulos. Certo dia Shakyamuni pegou num punhado de folhas e afirmou que as folhas que tinha na mão eram os seus conhecimentos, o punho fechado (Chuan shou) significava os ensinamentos de um mestre, enquanto que o punho aberto (Kai shou) significava os ensinamentos que ele ministrava na generalidade.

Os ensinamentos de punho aberto significam o ensino em geral, no entanto não significa as necessidades do aluno.
Os ensinamentos de punho fechado significam os conhecimentos transmitidos de mestre para aluno “I shin den shin” que são especificos para aquele aluno.

Seja qual for a origem desta distinção de katas, uma coisa é certa… A kata Sanchin é a base da escola Goju, contêm a essência do Goju Ryu e tal como as restantes katas a sua função é desenvolver a mente, o corpo e o espirito dos que a praticam.

Continua…

“Uchi ni sei araba, Onozuto sotoni arawaru”
(Cuida da tua paz interior, isso irá se reflectir no exterior)

Sanchin (1)

Este fim-de-semana realizou-se o treino de graduados da AKDK, com uma modesta presença de cerca 40 Karatekas (Cintos negros e Castanhos).

Depois de um mini treino de Suparinpei para instrutores, onde foram abordados pormenores desta Kata tão “simples”, lá se dividiram as aulas. Cintos negros para um lado, cintos castanhos para outro.

As Kata abordadas foram Sanchin e Shisochin.

Sanchin é sem duvida a mãe de todas as katas, a resposta a todas as katas encontra-se em Sanchin.

Aqui ficam alguns pontos para reflectir acerca da Kata Sanchin:

No Goju Ryu a Kata Sanchin, faz parte do grupo das Heishu kata, que estão associadas à tensão e à respiração, a combinação destes dois tipos de treino levam a um aperfeiçoamento da energia interna (ki).

O nome Sanchin é composto por 2 caracteres. O primeiro, San significa 3 e o segundo, Chin, pode significar batalha, conflito ou jóias e por isso Sanchin pode-se traduzir como 3 batalhas, 3 jóias ou mesmo 3 conflitos.

Para podermos compreender a kata Sanchin temos antes de tudo, reconhecer, harmonizar e por fim refinar os 3 conflitos interiores do ser humano, esses conflitos são:

- A mente,
- O corpo
- A respiração

Quando treinarem a Kata Sanchin, pensem um pouco nestas dicas!

Continua na próxima postagem…

“Uchi ni sei araba, Onozuto sotoni arawaru”
(Cuida da tua paz interior, isso irá se reflectir no exterior)

21 de nov. de 2007

É apenas um condomínio fechado...

Esta postagem vai ser dura…

Para começar vou falar do melhor deste fim-de-semana.

Este Sábado (17-11-07) lá fui eu a Rio Tinto dar mais um treino de Kyusho ao grupo do Norte.
Quanto a mim, estamos no caminho certo…mais praticantes…mais desmistificação do que é o Kyusho.
Muitas disfunções e alguns KO`s…
O pessoal está mais compenetrado e noto cada vez mais, que existe uma tendência a partilhar conhecimentos e experiências inter-marciais.

Apesar de ter regressado a casa moído, consegui adormecer tranquilo…

Domingo (18-11-08), parecia que estava a ter um sonho…

Campeonato Regional Centro-Sul da FNK-P…

A organização da dita cuja, boa.
Durante a reunião de treinadores foi dito que os atletas seriam chamados na área de competição e isso aconteceu sempre e quando eu digo sempre foi mesmo sempre, inclusive não houve ninguém a reclamar por ter atletas na zona de aquecimento à espera da respectiva chamada.

A direcção da mesma, muito boa.
A presença do director da prova decorreu de uma forma muito discreta, só tinha que se preocupar com o desenrolar da mesma.
Havia uma série de auxiliares a controlar a entrada respectiva dos atletas que eram chamados na zona de aquecimento.
As zonas das áreas de competição estavam visivelmente separadas.

A arbitragem, excelente.
Um nível técnico equiparável a qualquer potência do Karate Mundial, técnicos de arbitragem muito bons e muito isentos, não olham a emblemas ou instrutores. Contam-se pelos dedos (das mãos) aqueles que estão desajustados relativamente a esta realidade/qualidade técnica.

Nível técnico, maravilhoso.
Na área de Kata não se viu ninguém a ser levado ao colo, testemunhou-se um excelente nível técnico.
Na parte do Kumite, apenas brilhante, muitos pontos marcados, muito poucas acções técnicas desperdiçadas, um grande conhecimento táctico/regulamentar…parabéns, continuem com esse excelente trabalho.

Relatório final:

Cada vez que vou a estas actividades venho completamente destruído.
O nível (geral) é tão elevado, que me sinto completamente ultrapassado por esta realidade.
Não é justo e assim não me dão oportunidades de poder brilhar perante tão grande qualidade, sinto-me uma caca junto a grande parte dos presentes.

Decididamente não tenho lugar naquela tertúlia de excelente qualidade.
Ainda bem que me chumbaram duas vezes no curso de Juiz de Kumite porque decididamente não tenho lugar junto da nata do Karate Nacional, que tem uma humildade tão grande que até magoa.

Lamento ser tão arrogante…

Felizmente que ao chegar a casa acordei para a realidade…

Para finalizar…

Tenho um amigo que costuma dizer que o Karate em Portugal morreu…
Não amigo, não morreu...

O Karate nacional é apenas um condomínio fechado com os mesmos porteiros, seguranças e condóminos, a única coisa que muda é a administração (isto ronda o plágio).

Vamos ver o que se passa até ao final da época…

13 de nov. de 2007

Direitos fundamentais de um Karateka

Isto pode parecer um pouco confuso, mas… aqui vai…

Cada vez mais me parece que tenho de levar o Karate de uma forma comercial/profissional.

Já lá vai o tempo em que andávamos aqui pelo amor à camisola, implorávamos ao nosso mestre para treinar mais um dia, ou termos uma aula extra.

Quantas vezes não pedi ao meu amigo Sérgio Repas para treinar um bocadito mais para além da hora, ou mesmo treinarmos nos dias em que não havia treino no Gimnobody.

A rapaziada hoje em dia tem tudo à sua disposição.

Os exames são facilitados, a informação está disponível na Net, nas livrarias existe a facilidade de encomendar livros vindos de fora.

Enfim, só conforto…

Nestes tempos conturbados em que vivemos e reformas politicas a que temos sido sujeitos, existe uma palavra que muitas vezes é pronunciada sem parar…

Direitos…

Toda a gente tem direito a tudo e o Karate não é excepção por isso decidi elaborar uma lista de direitos para Karatekas.

Só espero que um dia ninguém se lembre de fazer disto um “Dojo Kun”…

Hittotsu…

Estava a brincar :)

Carta dos direitos fundamentais do Karateka

- Todo o Karateka tem o direito de respeitar os seus parceiros de treino.
- Todo o Karateka tem o direito de treinar de uma forma assídua, de forma a não atrasar a progressão dos outros.
- Todo o Karateka tem o direito a treinar por si e não pendurar-se apenas no instrutor
- Todo o Karateka tem o direito a abandonar o Dojo (definitivamente) se estiver contrariado.
- Todo o Karateka tem o direito de respeitar as opiniões dos mais velhos.

Para completar e como não há nó sem ponta:

Carta dos deveres do Karateka

- Todo o Karateka tem o dever de cumprir os seus direitos.

O meu sonho não é criar campeões, o meu sonho é criar indivíduos que saibam lidar com o insucesso, incutindo-lhes uma mentalidade ganhadora e superadora das suas limitações.

Por vezes é preferível cortar um braço do que deixar a infecção alastrar-se.

“Sorry” pelo desabafo…

Mau feitio, espero que isto seja inspirador para ti.

7 de nov. de 2007

Convenção Internacional de Kyusho

Um fim-de-semana em grande!!!

Neste fim-de-semana realizou-se a Convenção Internacional de Kyusho e como prato forte foram apresentados os grandes do Kyusho Mundial:

Jim Corn
Gary Rooks
Evan Pantazi
Mark Kline

Estiveram ainda presentes os Mestres:

Gary Gione
Henrik Engelkes
Frank Monea

Depois de vários meses de planeamento, lá fomos direitinhos a Barcelona, a terra (mais ou menos) do nosso amiguinho Ricardo Gama.

Este evento foi muito importante, pois pela primeira vez Portugal fez-se representar por uma verdadeira comitiva… para além dos 3 malukinhos do costume (JR, RG e SR).

Deu para comparar o nível técnico dos Tugas em relação ao resto do Mundo e posso garantir que não estamos em inferioridade em relação a ninguém, bem pelo contrário.

Creio que em termos técnicos estamos muito à frente e quanto ao nível de “Accuracy” (sim, é estrangeiro) estamos no caminho certo, ainda não chegámos ao nível pretendido, mas estamos lá muito próximo.

Treinaram-se todos os níveis e tivemos ainda uns treinos adicionais de “Law Enforcement”, com interessantes técnicas de imobilização.

Os meus parabéns a todos (e certamente os do Ricardo Gama também) pelo desempenho de todos no passado Domingo.

De salientar as felicitações do Mestre Pantazi pelo trabalho que se tem desenvolvido em Portugal.

Peço imensas desculpas por não ter postado diariamente, mas depois dos treinos só me apetecia descansar...dormir...desmaiar...

VI Helsinki Karate Open

No dia 19 de agosto fui ao “VI Helsinki Karate Open”, evento organizado pelo clube Seitokai e com o apoio da Federação Finlandesa. Segundo...