28 de nov. de 2010

É a vida (Karate)

Hoje decidi reflectir um pouco sobre a prática do "Randori" no meu Karate.

A palavra Randori, é a conjugação da palavra Japonesa "Ren" que pode significar contínuo e da palavra "Dori" que pode significar trabalho.

Desta forma podemos concluir que "Randori" pode significar um trabalho contínuo. No Judo este tipo de trabalho é utilizado como uma forma de combate contínua de forma a poder melhorar os "Skills" em combate.

No meu Karate é uma forma de combate contínuo, sem interrupções e que resulta no bom entendimento entre dois parceiros.

Não interessa quem sai vencedor ou quem sai vencido, interessa mesmo é a evolução dos dois na arte que praticamos.

Apesar das regras serem estas, por vezes apanhamos com parceiros que conscientemente ou mesmo inconscientemente, por medo ou receio, nos assentam umas técnicas mais fortes.
Mas o objectivo não é esse, não é ver quem dá mais ou menos, é sim evoluir...

Muitas vezes penso que continuar a encaixar e seguir com o meu trabalho é a forma mais adequada de estar no meu Karate. Sou obrigado, no entanto, a distribuir de vez em quando uns "galhardetes" na rapaziada, não em todos, nem em alguns...

Nestes últimos anos foi obrigado a "oferecer" uns galhardetes a meia dúzia de três ou quatro, não porque tenho mau feitio, mas apenas porque expressei o meu descontentamento no "Randori" que estavamos a praticar.

Um dizia que sim, vamos fazer "Randori" desta maneira, sempre que eu virava as costas dava-me uns geri`s no "Bitei".

O outro dizia que não era justo levar com geri`s nos "Kintekis" e que tinhamos de mudar as regras, no final queria tambem dar geri`s no "Bitei".

Das duas uma...
Ou tenho um "Bitei" muito bom...
Ou então anda meio mundo a tentar comer o "Bitei" da outra metade do mundo.

Não acredito muito na primeira opção...

Voltando ao "Randori"...

Randori não é o mesmo que "Ju-Kumite" ou mesmo "Iri Kumi", estas são duas formas de combate.

Muito sinceramente, para mim, estas formas é para ver quem ganha ... para assim se poder dizer que comeu o "Bitei" do derrotado... eufemisticamente falando.

Claro, que existem certas personagens que para ganhar também tentam agarrar os "Kintekis" dos outros, agarrar ou mesmo acariciar... eufemisticamente falando, claro!!!

Voltando ao "Randori"...

Esse não é o meu tipo de "Randori".

No meu Karate, "Randori" significa trabalho contínuo, evoluirmos todos, facilitas e eu facilito, tu impões o ritmo e a forma como será o nosso relacionamento neste breve espaço de tempo...

A idade veio dar-me mais paciênçia mas ao mesmo tempo menos tolerância.
Eu aviso:
-"não tenhas medo, eu não sou uma ameaça para ti"...

Mas o tipo está ali, impaciente e pronto para dar umas e levar outras e depois tenho de "marcar" a minha posição.

Como a maior parte das pessoas não está a perceber, vou criar um pequeno concurso:
Quem advinhar a primeira personagem, ganha uma viagem a acolá:
Quem advinhar a segunda personagem ganha uma viagem a ali;
Quem advinhar a quem o texto é direccionado ganha uma viagem de ida e volta a alí com paragem acolá.

Existe a opção de ignorar esta parvoíce (eu faria o mesmo) e meter os "Kinteki" entre o "Bitei" e meter os "Geri`s" a caminho.

O Karate é mesmo assim, é a vida e não estou a falar no sentido literal.


14 de nov. de 2010

Convenção KI 2010

De regresso a casa depois de mais uma convenção da Kyusho International, eis que me dá para pensar no que se passou nos últimos anos em Portugal.

Quando e sempre que se falar de Kyusho em Portugal, uma pessoa tem de vir à baila, o Ricardo Gama.

Sem dúvida alguma, foi ele que iniciou todo este processo de descoberta e reinvenção das “artes marciais”.
Representação Portuguesa no IKC 2010
Olhando para as fotografias do presente e passado, revejo novos e velhos amigos, alguns mais presentes e outros não tanto, mas as “artes” são assim mesmo, uns aparecem, outros vão desaparecendo, só a história/tempo poderá dizer quem foi quem nesta “passagem”.

Nesta última convenção lá apareceram quatro Portugueses mais um “sem terra” (leia-se o Ricardo Gama).

É muito agradável ouvir da boca da rapaziada que participou pela primeira vez neste evento um “obrigado” pelo convite, se é que se pode chamar um convite, o evento é público e qualquer um pode participar.

Para o ano a convenção irá realizar-se em Portugal, e estará presente a “nata” do Kyusho Mundial, por isso e desde já estão todos convidados a participar neste mega-evento.

Pelo facto de a Convenção se realizar em Portugal em Novembro de 2011, muita gente vai ter de levar comigo… a fim de promover este mega-evento.

No final do Mês de Novembro, vai-se deslocar uma comitiva de 6 membros da Kaizen Karate Portugal a Inglaterra, a fim de treinar com o Sensei James Rosseaux.

Essa comitiva será liderada pelo Sensei Marco Cruz que na semana seguinte será um dos instrutores a orientar o estágio de inverno da Kaizen.

Quanto ao “Je”, está na altura de iniciar um novo projecto de Bunkai…

Qual???

É surpresa!!!

3 de nov. de 2010

Cá vou eu ... Outra vez!!

Cá estou eu novamente…

Com as malas prontas para a Convenção da Kyusho International, onde irei apresentar um trabalho de Bunkai das Kata Saifa e Jion, Defesa pessoal no Feminino.

Na semana seguinte vou “regressar” aos encontros de Lisboa e Porto, onde irei começar a desenvolver um trabalho da Kata Pinan Shodan/Heian Nidan.

Depois de umas semanas meio stressado com a organização do seminário “Da criança ao jovem Karateka”, eis que vejo mais esta etapa como ultrapassada.

Segundo os participantes, o seminário foi um verdadeiro sucesso, com três formadores de luxo (com uma grande experiência na área da formação na FNK) e a projecção de um novo formador (Nuno Santos) que promete dar cartas na área do Karate Infantil.

Com a presença de instrutores dos diversos estilos de Karate (pelo menos os que tem mais representatividade na FNK-P), foi um dia bem passado.

A Kaizen e os seus instrutores estão de parabéns!

Os meus agradecimentos pessoais à FNK-P, na pessoa do seu Presidente, que acreditou neste projecto/preocupação, que é transversal a todos os estilos e organizações.

Sem o seu apoio não seria possível realizar esta formação.

Existem algumas ideias que ficaram no ar e precisam de ser mais aprofundadas por todos os intervenientes.

Algumas realidades…

Cada vez mais temos mais Crianças a treinar Karate.

As formas de treino tradicional, não estão preparadas para o treino de crianças.

Existe a necessidade de criar/semear o futuro do Karate.

Apesar dos modelos baterem sempre na mesma tecla, a competição, acredito que existe um equilíbrio e objectivo comum no modelo apresentado pelo Seleccionador Nacional: a necessidade de dotar os nossos alunos com mais capacidades físicas de forma a poderem melhorar as suas capacidades técnicas.

Algumas ideias:

Existe a necessidade de criar um curriculum de Karate Infantil, sem cair no erro do facilitismo e não abandonar o treino de Karate…

Não é fácil… mas também ninguém disse que era fácil.

VI Helsinki Karate Open

No dia 19 de agosto fui ao “VI Helsinki Karate Open”, evento organizado pelo clube Seitokai e com o apoio da Federação Finlandesa. Segundo...