22 de abr. de 2011

Nem tudo é o que parece...

Dizia eu a semana passada que “As Kata não começam com uma defesa, mas sim com uma Uke Waza”

Uma das coisas que me intrigava no passado era a ideia de “Tori” e “Uke”…
Se Uke é “defesa” porque é que o fulano a quem chamavam de Uke era o que atacava sempre? E o Tori que era o que defendia?

Depois de algumas pesquisas e conversas com amigos que percebem mais disto do que eu, foi-me explicado que a palavra Uke pode significar absorver…
Então neste sentido, o Uke no trabalho a dois já começa a fazer sentido, pois é ele que vai receber a técnica…

E a palavra Uke de “Age-Uke” será que essa palavra tem o sentido de defesa?
Se analisarmos a forma “básica” (Kihon) de um Age-uke, a melhor maneira de interpretar o movimento é ver o movimento como uma defesa. No entanto, quase todos os estilos executam essa defesa em dois tempos, o primeiro tempo é utilizado como uma forma de “absorção” e a segunda como uma forma de bloco e este tempo sim, de uma forma “dura” e “rígida”.

Tendo em conta que o Karate foi desenvolvido como uma forma de combate, (praticado por civis), não será estranho pensar que o movimento na sua plenitude é apenas e exclusivamente uma defesa?

Será de todo impossível pensar que naquela complexidade de movimentos não estará uma “porradinha” pelo meio?

Por baixo deste post vão estar três vídeos, o primeiro tem a Kata Gekisai Dai Ichi, o segundo um Kihon Renzoku Bunkai (aplicação básica contínua) e o terceiro uma Oyo Bunkai (Aplicação Livre)…

Nota: Tive a preocupação de escolher diferentes protagonistas/Organizações





14 de abr. de 2011

Bunkai Jutsu ...

Nestes últimos 5 anos tenho tido a oportunidade de treinar e falar com verdadeiros “monstros” das artes marciais, ou se preferirem, das artes de combate…

No passado dia 9 de Abril de 20011, realizou-se o primeiro seminário de “Bunkai-Jutsu, Pinan Shodan”.

Este seminário foi uma “aposta”, feita por mim e pelo Sensei Carlos Pereira e o objectivo foi promover o estudo e desenvolvimento das aplicações das Kata numa versão menos comum e menos básica.

Com uma participação de 30 praticantes (o limite de inscrições era 40), o evento foi bem sucedido e pelo que tenho visto os participantes ficaram bastante agradados com o que receberam.

Da minha parte (e acredito que posso falar pelo Sensei Carlos Pereira) falhou apenas uma “coisita”, não conseguimos “desmontar” a Kata toda … Sorry!!

Eu e o Sensei Carlos já falamos um com o outro e já acertamos algumas agulhas, isto demora um pouco, mas vai lá.

Como forma de resposta de alguns emails que tenho recebido, vou tentar postar um conjunto de “pensamentos/estudos” que tenho vindo a desenvolver e a estudar ao longo destes anos…

Um dos primeiros princípios que me guiam na minha pesquisa, é que qualquer técnica, dentro do “set técnico” da Kata, pode/deve terminar o confronto.

O que é que eu quero dizer com isto.

Apesar de todas as Katas de Karate começarem com um bloco/defesa, não quer dizer que a técnica seja efectivamente uma defesa.

Vamos lá ver… quase todas as defesa nas Katas são efectuadas para a frente, não será isto um pouco estranho?

Se eu me quero defender, recuo, não vou avançar em direcção ao ataque (excepto em estratégias pré concebidas).

Sempre que uma situação de “stress” evolui para conflito, devemos tentar resolver e terminar o mais depressa possível, o esgrimir em situação real, não é eficaz nem seguro… “Trust me”.

Mas… estará muita gente a pensar, porque é que todas as Kata começam com uma defesa?

As Kata não começam com uma defesa, mas sim com uma Uke Waza …

Este fim-de-semana vou ficar por casa (vou tentar), por isso vou continuar esta postagem no Domingo…

Até lá… Sayonara!!

6 de abr. de 2011

Masaji Taira



Depois de treinar à duas semanas atrás com um grande Mestre (Onaga) foi a vez de voltar a treinar com três grandes Mestres (Taira, Kinjo, Gima), desta vez em Udine-Itália.

O ano passado, tentei treinar com o Sensei Masaji Taira na Sicília, no entanto não foi possível, pois o seminário era reservado exclusivamente a membros da Judokan So-Hombu.

Descobri este seminário através do Facebook e prontamente falei com o Sensei Andrea Buttazoni, sobre a possibilidade de poder frequentar o seminário, tendo me respondido prontamente de forma positiva.

A recepção foi calorosa, só podia, afinal a rapaziada é Italiana, foi aí que tive o prazer de conhecer pessoalmente o Sensei Andrea, um excelente instrutor, com uma grande experiência nas artes marciais. Começou por fazer Kung-fu, treinou em Shaolin - China nos anos 80, tendo mais tarde se apaixonado pelo Karate Goju Ryu, treinou com o Sensei Myazato em Okinawa por diversas vezes.

Mais uma vez deixo aqui o meu agradecimento ao Sensei Andrea, os meus sinceros agradecimentos por me ter dado a oportunidade de poder treinar com este grupo de instrutores.


Quanto ao estágio…

O Goju Ryu praticado por estes Senhores é muito diferente do que os comuns dos mortais estão habituados, no entanto, é o Karate que eu pratico (pelo menos tento) um Goju mais fluido, mais direccionado para a Bunkai.

Com uma extrema sensibilidade técnica, leveza e fluidez o Sensei Taira foi dando o mote para um estágio completamente diferente do que estava à espera.

O primeiro dia foi passado exclusivamente com o Sensei Gima, sendo o treino direccionado para Kihon Kata, foram trabalhadas as Kata GekiSai dai Ichi/Ni, Saifa, Seiyunchin, Shisochin, Sanseru e Sepai, com as respectivas “Adbanced” Bunkai.

O Karate deste instrutor é muito direccionado para a efectividade do movimento… não é bonito, mas é Goju Ryu.

Durante a semana continuo o “report”… até lá apreciem o vídeo do Sensei Taira com a Bunkai da Kata Sepai.

VI Helsinki Karate Open

No dia 19 de agosto fui ao “VI Helsinki Karate Open”, evento organizado pelo clube Seitokai e com o apoio da Federação Finlandesa. Segundo...