17 de set. de 2009

ARTES MARCIAS .PT

A criação da nova lei de base do desporto onde se prevê não só a a prática desportiva, mas tambem a prática fisica (pode-se enquadrar as Artes Marciais, Desportos de Combate e Sistemas de Defesa Pessoal neste grupo) vem lançar um tema polémico em relação a esta área, onde se vão enquadrar todas estas modalidades? Será que se vai cair numa fase obscura de prática, semelhante ao tempo do Estado Novo? Onde os Mestres dos nossos instrutores treinavam e ensinavam às escondidas?

Muita gente vê o novo diploma como um bicho papão, onde apenas os licenciados em ciencias do desporto estão autorizados a exercer as funções de ensino neste tipo de modalidade. Para muitos isto é uma vitória, para outros uma desilusão.

Todos nós conhecemos pessoas que se formaram em desporto, algumas dessas pessoas limitaram-se a estudar o essencial. Depois, temos os agentes de ensino das diversas modalidades marciais, alguns deles com mais de 30 anos na área de ensino, e que continuam a pesquisar e a estudar.

E agora?? O que vai ser feito de todas essas pessoas?

Na minha opinião, este é o grande desafio dos praticantes marciais do Sec XXI, a luta pela sua sobrevivência, legal, e condigna, sem receios de ser diferente. Pode parecer um clichet utilizado de uma forma simplicista mas creio que é tempo para se dizer, somos diferentes, mas somos iguais.

A minha (não) vasta experiência marcial, fez-me cruzar com diversos artistas, praticantes e apaixonados das marcialidades, apesar de se encontrarem enquadrados legalmente debaixo de Federações e Associações reconhecidas pelo estado Português, neste momento estão a braços com um grande problema, perante o mesmo Estado, não tem expressão em termos de praticantes para serem reconhecidos como Utilidade Pública Desportiva, o que os empurra (grande parte)para o ilegal, pois deixam de ter enquadramento legal.

Uma das máximas ensinadas neste tipo de modalidade, é a tolerância, aquela que muitas vezes nos falta quando falamos do Instrutor "diferente" que ensina aquela "coisa" diferente da que fazemos, ou mesmo do Instrutor que decidiu abandonar a organização ou mesmo o estilo, para seguir o seu próprio caminho, alguns estão a pensar na Graduação, Nivel ou mesmo Status, não será isso tambem a escolha de um caminho? Cada um sabe de si e Deus sabe de todos, as acções ficam para quem as comete.

Uma das minhas interrogações vão para modalidades "menores" (em número de praticantes) como o Farang Mu Sul que vai ser colocada no mesmo patamar que o Kempo, que apesar de ter (relativamente) muitos praticantes não consegue o estatuto de Utilidade Publica.



E o Hapkido? Que apesar de ter ligações ao "Monstro" do Taekwondo não irá conseguir o estatuto (??).

Perdoem-me o egoismo, e o meu Kyusho (Pontos de pressão)? Que é praticado (directamente e indirectamente) por grande parte das modalidades, e o Kobudo de Okinawa?

Creio que está na altura das modalidades se unirem e criarem uma organização independente onde se possa agregar todas as modalidades, sem complexos de diferenças e estatutos.
Uma união destas só traria dignidade e projecção ás modalidades em Portugal, provavelmente tornar-se-ia na mais forte organização Portuguesa.

Mas para tudo isto poder acontecer, teriamos de esquecer o passado, para partirmos para o futuro. Será que temos maturidade para isso?

Ou vamos correr o risco de deixarmos cair por terra o que nos ensinaram e transmitiram?

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