Boas pessoal….
Tenho andado mesmo cheio de trabalho.
Existe uma média de 400 candidatos diários à “fábrica”.
Amanhã (terça-feira) à noite vou para o Porto, vou para um estágio de Karate na Bélgica e saio do Porto às 11H00 com a comitiva do Sensei Moreira.
Além do trabalhinho ainda tento arranjar tempo para fazer as minhas Katas e um pouco de preparação física, como treino sozinho dou graças aos Deuses alguém ter inventado as Kata… hummm!!!
Isto leva-me a pensar (mais uma vez) sobre o verdadeiro significado da Kata…
Recentemente recebi um mail sobre uma postagem anterior, na qual eu considerava o Daido Juku um estilo de Karate, isto faz-me pensar 2 coisas:
1ª – Ainda existe pessoal que visita o meu Blog
2º - Porque é que será que o meu Blog é um dos mais apontados no Google?
Hum… mistério da fé.
Ultimamente tenho andado muito religioso. :)
Adiante, não vou debater ponto por ponto o mail que recebi, no entanto acho que é pertinente tocar nalgumas “afirmações” que são apontadas.
“A essência do Karate está nas Kata”
Bem, existem algumas “linhas”, que dizem que a essência está nos Kihon Kumite (combates pré estabelecidos), muitas vezes crio sequencias técnicas isoladas, no passado acho que os fundadores dos estilos de AM faziam o mesmo, calma, não quero dizer com isto que vou criar o meu estilo …
No passado, os alunos apenas aprendiam uma Kata interna e uma outra externa, será que as escolas de Karate tinham pouco na sua essência?
Acho que não.
Acredito que nas Kata, estão as técnicas que caracterizam o estilo.
Poderíamos chamar à aplicação dessas técnicas as Bunkai, muitas escolas (ou pessoas) acreditam que são os verdadeiros detentores das verdadeiras aplicações, isso é um pouco relativo.
Por exemplo, o estilo de Karate Shotokai, em muitas escolas apenas se pratica Kihon e Kata, “No” Kumite, Nada, Niente.
Será o Kata um tipo de bailado?
Não. Acho que não.
Por isso, dizer que a essência do Karate está no Kata é um pouco “redutor”.
Não estou a dizer que a essência não está na Kata, estou é a dizer que a essência do Karate não se encontra só no Kata.
Muitas vezes somos levados a pensar e a assumir “clichés” que nos são transmitidos de “boca em boca”.
Aqui vai uma pequena brincadeira que se utiliza lá na fábrica com a transmissão verbal de ordens ou ideias:
DIZ O CAPITÃO AO ALFERES:
- "Vai haver amanhã um eclipse do sol. Mande formar a Companhia em farda de trabalho na parada, onde explicarei o fenómeno que não acontece todos os dias. Se chover, não se verá e, por isso, deixe a Companhia na caserna"
O ALFERES TRANSMITE A ORDEM AO FURRIEL:
- "Por ordem do nosso Capitão, amanhã vai haver eclipse do Sol em farda de trabalho. Toda a Companhia forma na parada, onde o nosso Capitão dará as explicações, o que não acontece todos os dias. Se chover o eclipse é na caserna."
O FURRIEL DIZ AO CABO:
- "O nosso Capitão vai fazer um eclipse do Sol na parada se chover, o que não sucede todos os dias, não se vê nada; então o Capitão, dará a explicação em farda de trabalho na caserna."
ENTÃO, O CABO TRANSMITE A ORDEM AOS SOLDADOS:
- "Soldados, amanhã, para receber o eclipse que dará a explicação sobre o nosso Capitão em farda de trabalho, devemos estar na caserna onde não chove todos os dias.
POR FIM, COMENTÁRIOS ENTRE OS SOLDADOS:
- Amanhã, se chover, parece que o capitão vai ser eclipsado na parada. É pena que isso não aconteça todos os dias...
Bem, quando regressar vou fazer uma retrospectiva da época desportiva, se quiserem saber, dêem uma vista de olhos por aqui.