20 de jul. de 2024

Congelados no tempo.


Infelizmente, muitos parecem congelados no tempo, presos a métodos de ensino que não evoluíram com as necessidades e expectativas da sociedade atual. Alguns não estão dispostos a mudar, seja por convicção pessoal, hábito ou simplesmente por falta de conhecimento sobre como adaptar as suas técnicas de ensino. Outros talvez nem saibam como fazer essas mudanças. A resistência à mudança cria fossos entre gerações. 


Enquanto os videojogos oferecem uma gratificação instantânea, cada nível completado, cada inimigo derrotado, e cada item recolhido fornecem uma sensação imediata de realização, no karate, alcançar um novo cinto ou dominar uma sequência complexa, requerem paciência, persistência e resiliência.


As novas gerações são atraídas por objetivos a curto prazo, que dão uma sensação de progresso e sucesso sem necessidade de investimento prolongado de tempo, dessa forma o karate enfrenta um desafio significativo em atrair e manter as novas gerações, que estão habituadas à recompensa imediata proporcionada por uma sociedade de consumo imediato. 


As novas gerações procuram métodos mais dinâmicos e recompensas mais imediatas, semelhantes às que encontram nos videojogos. Para que o karate prospere e consiga atrair as novas gerações, acredito que seja crucial que se reconheça a necessidade de evolução e adaptação nas abordagens de ensino.


A meu ver, a chave para atrair as novas gerações para o karate, está em comunicar efetivamente os benefícios únicos e adaptar as práticas de ensino, incorporando elementos que satisfaçam tanto as necessidades de gratificação imediata quanto os objetivos de desenvolvimento a longo prazos.

15 de jul. de 2024

Karate e música

Com o passar dos anos e também devido à "mudança" das dinâmicas das redes sociais, fui largando este blog. Vou fazer um esforço para manter isto atualizado :P



Comparar karate e música é das melhores analogias possíveis, pois ambos os campos são vastos, diversificados e profundamente influenciados por contextos culturais e históricos. Assim como cada estilo de música tem sua própria identidade, nuances e propósito, cada estilo de karate possui características únicas que o distinguem dos demais.

O karate evoluiu de uma forma diversa e dispersa. Pode ser praticado por vastos grupos de pessoas ... desde uma idade muito jovem até uma idade não tão jovem.

Assim como os diferentes estilos musicais têm suas próprias audiências e propósitos, as várias práticas de karate servem diferentes necessidades e interesses dos praticantes. Nenhum estilo de música é inerentemente superior
aos outros; cada um tem seu próprio valor e beleza, dependendo do contexto e da perspetiva do ouvinte. Da mesma forma, cada prática de karate tem suas próprias forças e contribuições, e o valor de um estilo depende apenas da dedicação do praticante.
O karate é uma atividade dinâmica que fomenta o crescimento pessoal e adaptação, e a excelência de um praticante reside na dedicação, habilidade e entendimento, em vez do estilo específico que pratica, ou organização onde está inserido.
Abraçar a diversidade é crucial, pois os diversos estilos trazem “insights” únicos, técnicas e metodologias de treino. O “Cross Training” e a manutenção de uma mente de principiante (Shoshin) melhoram significativamente as habilidades em áreas onde se pode ter alguma deficiência.
O estilo, ou mesmo a organização é irrelevante – é a pessoa, como ela treinou, as suas habilidades, as suas capacidades e o seu conhecimento, essas são as qualidades que contam.
Ao abraçar a diversidade tanto na música quanto no karate, podemos apreciar a riqueza de cada forma e aprender uns com os outros, expandindo nosso entendimento e habilidades de maneiras que nunca imaginaríamos.
Em última análise, a mentalidade de “O meu karate é melhor que o teu” surge de uma má interpretação sobre o que o karate realmente representa.

Todo o trabalho merece ser remunerado de forma justa

Como instrutor/mestre (Treinador) de karate, é frequente deparar-me com um dilema que muitos colegas também enfrentam: a questão do dinheiro...