23 de mar. de 2011

25 Anos depois…

Passados 25 anos reencontro o primeiro grande mestre de Karate com quem tive o prazer de treinar, curiosamente, foi ele que me fez o primeiro exame (9º Kyu cinto branco com uma lista), na altura tinha a graduação de 6º Dan.

É curioso, parece que o tempo não passou por ele, continua na mesma, o mesmo aspecto a mesma simpatia, a mesma qualidade técnica, o trabalho “infernal” de Tai Sabaki, a fluidez de movimento.

Apesar de o “meu” Goju-Ryu ser diferente, existem certos aspectos básicos e transversais às escolas e essa foi uma das preocupações do Mestre Onaga.

A frase mais saída da boca dele foi “Na nossa escola fazemos assim…”, deixando sempre em aberto que não existe apenas uma forma de fazer.

Foi com este espírito e mente aberta, que estiveram presentes diversos instrutores de outras organizações, tais como a Jundokan Internacional Portugal, eu, em representação da Kaizen e de salientar ainda a presença de um elemento da AKDK.

Como não podia faltar, o Sensei Armando Inocentes, convidou-nos a jantar com o Sensei, podendo desta forma conviver um pouco com “o homem” e fiquei muito contente, mostrou-se uma pessoa bastante franca, reservado, mas transmite muita confiança.

Mudando de assunto…

Uma das coisas que eu vejo e noto quando vou a eventos desta natureza e com esta abertura de espírito, é que nunca fiquei à porta, e nunca me fiz de convidado.

As pessoas convidam-me e deixo aqui desde já os meus sinceros agradecimentos ao Sensei Armando Inocentes, pelo convite.

Mudando de assunto … outra vez.

Está a aproximar-se o seminário de Bunkai-Jutsu (Pinan Shodan).

Eu e o Sensei Carlos Pereira estamos a “investir” muito neste evento e vamos levar para o tatami uma série de técnicas e conceitos que temos vindo a trabalhar desde há já algum tempo. Eu vou apresentar um trabalho que por norma não costumo apresentar nos encontros de Kyusho e que tem muito a ver com “Gyakute”, pesquisem…

Este fim-de-semana vai ser … entrada na fase de treino e treino e treino.

Estou já a preparar as malas, vou de viagem novamente e desta vez … vamos ver o que vai dar.

Até breve.

16 de mar. de 2011

II Taça Kaizen

Com uma “modesta” participação de cerca 200 atletas, realizou-se a dia 13 de Março a II Taça Kaizen no pavilhão do Alto do Moinho – Corroios.

Mais de 20 Dojos/ Centros de prática, responderam à chamada para mais um evento da Kaizen.

Foto retirada do Blog karatedo.pt (clicar na imagem)

Apesar de as instalações do Alto do Moinho serem mais do que conhecidas por parte de grande parte dos membros da Kaizen, os participantes foram agradavelmente surpreendidos com uma excelente apresentação de organização, com áreas de competição bem definidas e 3 tatamis com medidas oficiais.

Fazendo inevitavelmente uma comparação com a mesma prova realizada o ano passado, evoluímos imenso, tendo sido este ano elevada a fasquia, para a organização do próximo ano.

A grande questão que se colocará será, conseguiremos manter este nível?

Não tenho dúvidas que sim.

Não temos uma estrutura de organização de eventos profissional, por conseguinte, é muito difícil ter um nível técnico elevado no staff de apoio.

Felizmente pudemos recorrer à ajuda dos alunos mais graduados, sem a ajuda dos quais não teria sido possível o sucesso alcançado.

Pela primeira vez testámos uma nova forma de “gestão” da competição e nesta área temos muito a agradecer ao Nelson Gomes que nos sugeriu a alteração da ordem das provas, colocando a competir os alunos mais velhos (graduados) ao mesmo tempo que o mais pequenos o que se traduziu numa ajuda fundamental na recta final das provas.

Foi organizada uma prova de “percurso”, colocando as crianças em êxtase total e ocupadas durante grande parte do tempo. Esta foi uma experiência que vamos manter em prova em futuros eventos.

Seria muito injusto não agradecer às três pessoas que organizaram o evento:


Sensei Marco, Sensei João Ramalho, Sensei Quaresma

O Sensei Quaresma que contribuiu e ajudou na organização e montagem do material utilizado, esteve até muito tarde no dia anterior a montar os tatamis e foi a primeira pessoa a estabelecer os contactos necessários.

O Sensei Marco Cruz, figura incontornável da Kaizen, mostrando uma disponibilidade e uma capacidade de mobilização única, pode dizer-se que foi o primeiro a entrar no pavilhão e último a sair. Graças a ele conseguimos os tatamis e todo o apoio institucional e os prémios entregues foram da responsabilidade dele.

Sensei Nuno Santos
O Sensei Nuno Santos, o cérebro de todo este evento, foi o responsável pelo sorteio, gestão dos tatamis e pela realização da prova de percurso. No final estava mais morto que vivo, pois fez uma directa.

Os agradecimentos especiais a todos os que contribuíram de certa forma na realização desta prova:

Joana Perdiz, Fernando Santos, Inês Jesus, Abel Sá, Ricardo Prelhas, Rui Loureiro, João Saúde, Ana Plácido, Fernando Matos, Ricardo Teixeira, Victor Nascimento, Ivan Nascimento, António Branco, Vítor Castanheira, Pedro Antunes, João Saúde, João Fróis, André Jorge, Rui Valadas, José Ramalho, Rita Antunes, Hugo Leote, Armando Inocentes e a todos os alunos que ajudaram a organizar os miúdos.

Muito obrigado por toda a vossa disponibilidade.

14 de mar. de 2011

A ética do Karate

Depois de um dia com o grupo dos Sensei José Ramalho e Nuno Santos na Golegã e depois de ouvir uma pequena palestra filosófica ministrada pelo Sensei Daniel Ramalho sobre o tema Arte Marcial, cada vez mais tenho a certeza de que o Karate não é uma arte marcial e que tal como o Mestre patrick McCarthy define, o Karate é uma “Civilian Fighting Art”.

Depois de ouvir o Daniel e depois de ter recorrido à net, eis que vai uma pequena reflexão sobre o tema…

A palavra arte é uma derivação da palavra latina “ars” ou “artis”, correspondente ao verbete grego “tékne”. Na sua acepção mais ampla, ars dá a ideia de perícia, de habilidade adquirida em paciente exercício e voltada para um fim definido, fosse esse fim estético, ético ou utilitário. Ou seja, implica uma actividade transformadora realizada pelo homem, uma capacidade de dominar determinada matéria.

Numa postagem anterior dizia eu que Karate não é Budo (Parte 1) e (Parte 2) dentro do sentido de Arte Marcial, está provado que o Karate não era usado nos campos de batalha, mas sim, por pessoas sem grande instrução (estou a falar na generalidade).

A grande revolução/projecção do Karate foi sem dúvida a sua inclusão nas universidades Japonesas, obra essa que se poderá agradecer ao Mestre Funakoshi.

Um outro ponto que se debateu, a parte ética do instrutor de Karate.

É engraçado, apesar de andarmos o tempo todo a ensinar às pessoas como se bate e onde se bate para aleijar mais, não é eticamente correcto um instrutor andar a espancar transeuntes a torto e a direito, não que alguns não merecessem.

Um facto histórico, o Mestre Choki Motobu foi um dos brilhantes Karatekas do seu tempo e no entanto, nunca foi reconhecido como mestre pelos seus pares…

A razão seria que andava de uma forma regular à pancada com os outros… um aparte, o Sr. só fazia Naihanchi…

Como devem ter reparado pela parte lateral do Blog, vou orientar um conjunto de seminários de Bunkai sobre a Kata Pinan, com o Sensei Carlos Pereira.

Apesar desta Kata ser de Shito Ryu tem componentes muito interessantes, que podem ser aproveitadas para outras Kata.

Não é estar a puxar a brasa à minha sardinha (no fundo é), apareçam, vou falar de temas que não abordo naturalmente nos encontros de Kyusho, por isso…

E a postagem já vai longa… um abraço (aquele) e até quarta-feira, com as noticias da II Taça Kaizen.

3 de mar. de 2011

Tora guchi

No fim-de-semana passado durante uma explicação (mais opinião do que explicação), eis que me sai o nome tora guchi… e durante uns micro segundos que pareciam mais uma eternidade fez-se um silêncio e algumas sobrancelhas se ergueram, com aquela expressão … “what a fu$& ???”

Tora guchi é nem mais nem menos do que mawashi uke.

A tradução mais correcta para Tora guchi é “boca do tigre”.

Mawashi uke pode ser interpretado como “defesa circular”, no entanto é um pouco mais complexo do que isso.

Voltando ao Tora guchi, o nome é um pouco mais “apaixonado” e fantasioso, leva-nos logo para aquelas paisagens cheios de gajos “kaninos”, com pés descalços e a trabalhar no campo, não… não estou a falar de Hobbits, estou a falar da rapaziada de Okinawa.


Esta técnica pode ser considerada como uma técnica de marca do Karate de Okinawa, basta ver que esta técnica está mais que presente em todos os estilos de Karate de Okinawa (Goju, Ueshi, Tou`Ou, Shoei , Pangainoon, Ryuei, Shorin, etc…).

Podemos considerar que o Karate em geral tem aplicações superficiais e profundas (Omote e Ura)

Omote pode ser traduzido como óbvio, aquilo que visivelmente se parece com o que é.

Ura, pelo contrário, pode significar oposto, inverso …

Kata, é “feeling”, é uma forma de reflexão em movimento (entre outras) e ao executarmos os movimentos das mesmas, deve-nos ocorrer diversas formas de executarmos as suas aplicações.

Por isso e para mim, no Tora guchi faz mais sentido, não defender só um tsuki e contra atacar, mas também executar uma chave, um estrangulamento, uma projecção, um varrimento, etc…

Nesta fase estou mais dentro do espírito, “Porradinha do princípio ao fim” e como os tigres ficam sempre com as vítimas, faz-me mais sentido utilizar o nome de Tora guchi.
Por falar de “porradinha do princípio ao fim”, vou orientar juntamente com o Sensei Carlos Pereira um conjunto de seminários, dedicados a Bunkai-Jutsu.

Mais informação em breve, vou também de viagem em breve… mas isso, isso é surpresa.

VI Helsinki Karate Open

No dia 19 de agosto fui ao “VI Helsinki Karate Open”, evento organizado pelo clube Seitokai e com o apoio da Federação Finlandesa. Segundo...